O novo governo da Espanha planeja implementar 16,5 bilhões de euros (US$ 21,6 bilhões) em cortes no orçamento de 2012, além de avançar com novas reformas para reduzir o desemprego, segundo afirmou nesta segunda-feira o primeiro-ministro eleito Mariano Rajoy, em discurso no Parlamento. O discurso de Rajoy foi criticado pelos socialistas, que a partir de 20 de dezembro passam oficialmente o cargo ao premiê eleito.
Rajoy afirmou que também vai dar prioridade para uma ampla reforma e higienização do setor bancário, incluindo uma nova onda de fusões e aquisições. O político é líder do Partido Popular, de centro-direita, que ganhou as eleições realizadas em 20 de novembro. A Espanha ficou em recessão por pelo menos dois anos e registrou um crescimento muito pequeno neste ano. Alguns economistas projetam que o país fechará 2011 com a economia em mais um ano de contração. Rajoy disse que a taxa de desemprego subiu para o redor de 23% da força de trabalho, atingindo 46% dos jovens com menos de 25 anos.
A dívida total da Espanha estava em € 706,3 bilhões (US$ 919,6 bilhões) no final de setembro, 15% superior em comparação há doze meses. A dívida pública representava 66% do Produto Interno Bruto (PIB) espanhol e inclui débitos pesados que foram feitos pelas 17 regiões espanholas.
A oposição espanhola criticou Rajoy por ele não ter detalhado os cortes e também como ele cortará serviços do governo para reduzir o déficit e como criará empregos. "Ele não explicou como fará tudo isso", disse José Antonio Alonso, porta-voz do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), derrotado por Rajoy em 20 de novembro. "Foi um discurso desapontador. Foi um discurso ambíguo e não foi claro".
Ele ainda precisa ser nomeado primeiro-ministro pelo rei da Espanha, em uma cerimônia que deve ocorrer nesta quarta-feira. A primeira reunião de gabinete deve ser realizada na sexta-feira.