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Estado de Minas

Trabalhadores do setor aéreo anunciam greve geral a partir de quinta-feira


postado em 20/12/2011 06:00 / atualizado em 20/12/2011 07:12

Brasília – Os trabalhadores do setor aéreo já têm data e hora marcadas para a sua greve nacional, que vai começar às vésperas do Natal. Nessa segunda-feira, ao fim da reunião no Tribunal Superior do Trabalho (TST) para tentar a conciliação com as companhias aéreas, os sindicatos dos aeroviários (pessoal de terra) e aeronautas (pilotos e tripulantes) anunciaram paralisação por tempo indeterminado a partir das 23h da próxima quinta-feira. Os trabalhadores prometem greve com apenas 20% de pessoal trabalhando como escala mínima. Em quatro horas de tensa reunião, representantes dos funcionários rejeitaram a proposta de reajuste salarial dos empregadores pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), de 6,17%, ao insistir em 7%, diferença de apenas 0,83 ponto percentual.

Apesar dos apelos em favor de um acordo feitos pela ministra Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, que presidiu a sessão do TST, e pelos procuradores do Ministério Público do Trabalho (MPT), a reunião fracassou, surpreendendo até sindicalistas na plateia. "Falta muito pouco para celebrar o acordo, considerando que a diferença não era só ínfima, mas apenas circunstancial, que desaparece no índice de um mês para o outro", disse a juíza. Os dois lados concordaram integralmente apenas com um ponto: os passageiros sofrerão as piores consequências dos braços cruzados.

Os patrões representados pelo Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA) alegaram que não poderiam conceder aumento real este ano em razão dos prejuízos acumulados pelas maiores companhias até o terceiro trimestre e, sobretudo, como precaução para a perspectiva negativa para a economia global em 2012. Os advogados dos aeroviários e aeronautas se mantiveram irredutíveis ao lembrar a atual expansão recorde do setor no país e dos ganhos salariais reais obtidos por diversas outras categorias.

Como a Justiça entra a partir de hoje em recesso, o julgamento da negociação só poderá ocorrer em fevereiro. Até lá, considerando o aviso verbal de greve ontem, os patrões deverão recorrer ao TST para fixar os limites do movimento grevista, considerando se tratar de uma atividade essencial. Segundo Maria Cristina Peduzzi, a exemplo do ano passado, trata-se de algo bem provável e a decisão deverá ser dada pelo presidente do tribunal, João Oreste Delazen, que estará de plantão. A ministra espera, contudo, que ambas as partes ainda se reúnam entre hoje e quinta-feira para encontrar um entendimento e, assim, evitar a paralisação.

O SNEA também havia aceito os demais pontos da contraproposta apresentada pelos empregados na última quinta-feira, incluindo reajuste de 10% da cesta básica e vale-refeição e a criação de um piso salarial para os operadores de equipamentos. A diferença entre o valor pedido para essa parcela minoritária, que ganha em média R$ 774, foi de apenas R$ 100. Os patrões ofereceram R$ 1 mil, contra os R$ 1,1 mil cobrados pelos sindicatos de funcionários. "Acredito que foi um avanço o estabelecimento de salário-base para parte dos aeroviários e a aceitação de outros pontos reivindicados, além da proposta de reajuste pelo INPC. Lamento que nossa intermediação não tenha sido bem-sucedida", acrescenta a ministra Peduzzi.

SEM PLANO B O negociador indicado pelo SNEA, Odilon Junqueira, disse que não há um plano alternativo para garantir a normalidade no atendimento dos passageiros das companhias aéreas no caso de greve. "Não fomos notificados. Não há nada preparado como a lei diz que deve ser preparado", afirmou, referindo-se a uma notificação que os trabalhadores deveriam ter apresentado às empresas por se tratar de serviço essencial. (Com agências)


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