O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, garantiu nesta terça-feira que a inflação do próximo ano ficará menor do que a de 2011 e que a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) será maior. "Quero passar duas mensagens: a inflação de 2012 será menor do que a de 2011, e esse processo já se iniciou", disse, durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. "E o crescimento econômico em 2012, na visão do BC, será maior que em 2011", continuou.
Tombini explicou que esse cenário é possível em razão dos efeitos defasados e cumulativos das medidas adotadas pelo governo até agora. Segundo ele, algumas medidas, como as do crédito, têm impacto no curto prazo. "Mas medidas no início do ano foram sentidas mais no terceiro trimestre. Primeiro, na economia, e depois, na inflação", observou. "Há efeitos defasados", voltou a enfatizar.
Mostrando otimismo com a reação da economia brasileira, o presidente do BC previu que haverá aceleração do ritmo de expansão ao longo do próximo ano. "A expansão do segundo semestre será maior que a do primeiro de 2012", previu.
Tombini destacou que há uma política macroeconômica consistentemente conduzida no País e que o Brasil conta com um sistema financeiro sólido, o que é importante e o diferencia dos demais países. Ele disse ainda que o governo conseguiu manter e intensificar colchões de liquidez em moeda estrangeira e nacional e tomar ações tempestivas para minimizar impactos da economia internacional sobre o Brasil. "Lidamos, por exemplo, com a discussão dos EUA sobre elevação ou não do teto da dívida" citou.
O presidente do BC falou que os indicadores de dívida externa apresentaram uma melhora significativa. Ele apresentou também outros dados que estariam melhores hoje do que no passado. "Isso nos dá conforto para enfrentar um cenário econômico mais adverso", disse. Tombini disse que o governo brasileiro tem capacidade de refinanciamento. "Este é um problema que está sendo enfrentado com grandes dificuldades no globo."