Para 41,4% da população, a pobreza no Brasil diminuiu nos últimos anos. Quase 30% acreditam que o problema piorou e 28,1% avaliam que não houve mudança. Os dados são de um estudo divulgado nesta terça-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que entrevistou 3.796 pessoas e apontou a percepção social sobre a pobreza. A pesquisa mostra, entretanto, que as opiniões variam de acordo com a classe social e a região em que mora o entrevistado.
A percepção de que a pobreza diminuiu é mais forte nas regiões Nordeste e Norte, onde 48,5% e 46,7% da população, respectivamente, têm essa opinião. No Sudeste, as respostas foram bem distribuídas: 30,9% acham que o problema piorou, 31,2% avaliam que o nível de pobreza permanece o mesmo e 37% acreditam que houve redução. No Sul, a percepção de que o nível de pobreza permanece o mesmo (37,7%) é bem próxima do percentual dos que avaliam que a situação melhorou (36,1%), enquanto apenas um quarto dos entrevistados acha que a pobreza aumentou.
Também existem diferenças na opinião de homens e mulheres sobre o problema. Quase metade dos entrevistados do sexo masculino acha que houve redução da pobreza, enquanto apenas 34% das mulheres concordam com a opinião.
De acordo com o estudo, na média, a população acredita que é preciso ter uma renda familiar mensal de R$ 2.090 para não ser considerado pobre, levando em conta uma família com, no mínimo, quatro membros. Isso significa uma renda familiar per capita de R$ 523.
“Quando se compara esse valor à atual linha de pobreza, observa-se que ele é aproximadamente 3,5 vezes maior que a utilizada na operacionalização do Programa Bolsa Família (R$ 140) e 7,5 vezes a linha da extrema pobreza (R$ 70)”, destacou o instituto no texto de análise da pesquisa. Entre os mais ricos, a renda per capita mínima para não ser considerado pobre seria R$ 725. Entre os mais pobres, R$ 385.