Ao contrário de dezenas de lojistas da Praça da Savassi (Diogo de Vasconcelos), que amargam um Natal magro em razão das obras de revitalização da área, empresários do Baixo Belô, como muita gente se refere à região abaixo da Praça Sete, com boa parte do comércio voltada para as classes C e D, comemoram o bom faturamento apurado às vésperas do Natal. Nessa sexta-feira, o entra e sai nos shoppings populares e estabelecimentos no entorno do terminal rodoviário foi intenso. Há quem estime aumento de 50% no confronto entre os negócios fechados nesta época do ano com igual período de 2010. E, apesar da presença de vários fiscais da prefeitura, o grande movimento de consumidores atraiu dezenas de ambulantes.
Pesquisa divulgada há poucos meses pela Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomércio Minas) revelou que os pagamentos com cartões de crédito respondem por 71% das compras a prazo no estado. O setor, aliás, não para de apurar lucros. Para se ter ideia, a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviço (Abecs) prevê encerrar este ano com faturamento de R$ 667 bilhões. O valor é 23% a mais do que o registrado no acumulado de 2010. A estimativa para o 2012 é apurar cifra entre R$ 800 bilhões e R$ 810 bilhões.
A época é boa para vendas dos calçados e acessórios negociados na loja em que Antônio Augusto Pinto trabalha. Lá no Ponto do Sapateiro, na Rua dos Guaranis, as vendas, calcula, “vão subir de 15% a 20% na comparação entre este dezembro e o passado”.
Perto dali, na Curitiba, o gerente da Garete Calçados, Paulo Vicente de Almeida, acredita que as vendas de unidades femininas “vão subir até 20%”. Na manhã dessa sexta-feira, ele perdeu as contas de quantas clientes atendeu. “O entra e sai de gente não para”, comentou, enquanto observava o servente de pedreiro Carlos Alberto Athayde Júnior, de 20 anos, passar em frente à loja carregando uma enorme caixa de papelão sobre a cabeça. “É uma bicicleta”, revelou. “Meu tio comprou para minha prima, que tem 6 anos. Vai ser o presente de Papai Noel dela”, acrescentou.
A expectativa dos comerciantes é de que o movimento também seja intenso hoje, com os tradicionais clientes “atrasadinhos” em busca de lembranças para familiares e amigos mais próximos. Por isso, várias lojas vão fechar por volta das 18h, horário de funcionamento da maioria dos shoppings. Na segunda-feira, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) pretende divulgar o balanço do movimento de vendas no fim de semana e a estatística referente a dezembro. Em 2010, o volume de vendas em dezembro havia sido 10,4% superior ao registrado no mesmo período de 2009.