O setor público consolidado registrou em novembro superávit primário de R$ 8,204 bilhões, segundo dados divulgados hoje pelo Banco Central (BC). O resultado foi melhor do que o esperado por analistas consultados pelo AE Projeções, que previam valor entre R$ 6,1 bilhões a R$ 7,8 bilhões.
Com o resultado do mês passado, o setor público alcançou um esforço fiscal de R$ 126,777 bilhões, o que corresponde ao cumprimento de 99,9% da meta para o ano, que é de R$ 127,9 bilhões. De janeiro a novembro, o superávit primário equivale a 3,36% do PIB.
Segundo o BC, a maior parte do esforço fiscal do mês passado foi gerado pelo governo central, que economizou R$ 4,808 bilhões para pagamento de juros da dívida. Já os governos regionais contribuíram com R$ 2,623 bilhões e as estatais, com R$ 773 milhões.
No acumulado em 12 meses até novembro, o esforço fiscal do governo alcançou R$ 137,630 bilhões, o equivalente a 3,34% do PIB.
Recuo em novembro
A divida líquida do setor público recuou em novembro para 36,6% do Produto Interno Bruto (PIB), alcançando R$ 1,508 trilhão. De outubro para novembro, a dívida caiu 0,8 ponto porcentual. O principal motivo da queda foi a depreciação cambial de 7,3% no mês.
No ano, a dívida líquida do setor público já apresenta queda de 2,5 ponto porcentual. Em dezembro do ano passado, a dívida equivalia a 39,1% do PIB (R$ 1,475 trilhão).
O superávit acumulado de janeiro a novembro, segundo o BC, contribuiu para uma redução da dívida de 3,1 ponto porcentual. A desvalorização cambial de 8,7% acumulada no ano contribuiu com queda de 1,1 pp.
Já a variação na paridade das moedas que compõem a dívida externa líquida contribuiu com redução de 0,2 ponto e o efeito do crescimento do PIB corrente com 3,3 ponto.
Segundo o BC, essas reduções foram compensadas parcialmente pelo impacto dos juros no estoque da dívida, que elevou em 5,2 ponto a dívida líquida. A dívida bruta subiu em novembro para R$ 54,5% do PIB, alcançando R$ 2,245 trilhões, com aumento de 0,2 ponto ante outubro.