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Estado de Minas

Falta de pesquisas de mercado leva ao alto índice de mortalidade de pequenas empresas

Em Minas Gerais, a taxa já passa de 20%


postado em 29/12/2011 07:35 / atualizado em 29/12/2011 08:06

Falta de planejamento. Parece simplório resumir as dificuldades de milhares de empresários que abrem e fecham negócios no Brasil todos os dias em apenas três palavras. Entre os especialistas, porém, esta é apontada como a principal falha dos empreendedores nos primeiros anos de funcionamento.

Segundo os últimos dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), entre 2000 e 2010, 23% dos 11.966 negócios de pequeno porte que abriram em Minas Gerais não se mantiveram no mercado, percentual que sobe para 26% entre os micros. Dos empreendimentos iniciados no estado em 2006, 22% fecharam as portas antes mesmo de completar dois anos de vida. Os motivos que levam à morte prematura dos negócios são tema da quarta reportagem da série Feliz vida nova, que o Estado de Minas publica até domingo.

Apontado como o primeiro passo para superar o período de amadurecimento da empresa, o planejamento envolve desde a procura por dados de mercado até controle de custos, estoque e reconhecimento do cliente. “É preciso se cercar de informações sobre o concorrente, cadeia produtiva, fornecedores. Tudo isso nada mais é do que planejar para abri”, explica o gerente de educação e empreendedorismo do Sebrae Minas, Ricardo Pereira.

Foi justamente o conhecimento que faltou a Maria José da Silva, que há 12 anos trabalha na produção de artigos para cachorros e tentou formalizar o negócio em 2011. “A intenção era me tornar pessoa jurídica para poder comprar os produtos no atacado. Mas não sabia que teria que pagar tantos impostos”, conta. Há três meses ela conseguiu o CNPJ, mas com ele vieram os boletos para pagamento de uma série de encargos que Maria José nem sequer imaginava existir. “Com isso, o meu lucro iria todo para quitar as taxas”, explica. A saída foi fechar a empresa antes mesmo de finalizar sua abertura, com apenas três meses de concepção.

A necessidade de ser dono do próprio negócio muitas vezes impede que o empreendedor tenha condições de colocar todas as variáveis na ponta do lápis antes de atender o primeiro cliente. “A cada dois negócios abertos por necessidade, temos um por oportunidade. Quando se enquadra na primeira situação, a pessoa não dá valor ao tempo necessário para pesquisar e calcular o risco”, reconhece Ricardo. É no dia a dia que as dificuldades começam a surgir e com elas a probabilidade de fracasso. “Com isso, muitas abrem já fadadas à morte”, observa o especialista.

Orientação Um pequeno e simples plano de negócio pode ser a salvação de milhares de empreendimentos que começam sem direcionamento e visão clara de atuação. Segundo o Sebrae, a ferramenta aumenta em até 60% as chances de obtenção de sucesso. “É preciso fazer uma avaliação da situação financeira, quanto tem para investir, o que o empreendedor conhece do mercado em que quer atuar, o tipo de produto, onde será adquirida a matéria-prima, onde será instalado o ponto. São fatores que ajudam a estruturar a empresa”, orienta a gerente de atendimento do Sebrae-MG, Mara Veit.

Para o diretor do WTC BH, Júlio Bethônico, quatro itens são fundamentais para garantir a sobrevivência no mercado. “É preciso ter clareza sobre investimento, mão de obra, produção e custo”, observa. Ele ainda orienta os iniciantes a buscar apoio e informação junto às entidades que representam o setor. “Muitos não procuram entidades como o próprio Sebrae, Fiemg ou Fecomércio. Federações e entidades de classe que podem auxiliar bastante”, acrescenta.

Dívida parcelada em 60 meses

As micro, pequenas e médias empresas que fazem parte do Simples Nacional, sistema simplificado de pagamento de tributos, poderão parcelar o pagamento de suas dívidas com o governo por até cinco anos (60 meses). A partir de segunda-feira, empresários em débito com a União poderão aderir ao programa de parcelamento no site da Receita (www.receita.fazenda.gov.br). A estimativa do órgão é que as cerca de 600 mil empresas nessa situação dividam seus débitos, que somam R$ 3,9 bilhões. Cada parcela terá valor mínimo de R$ 500. A nova regulamentação foi publicada no Diário Oficial da União de ontem.


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