A atividade econômica espanhola registrou contração no último trimestre de 2011, "em um ambiente de fortes tensões nos mercados financeiros e de deterioração das perspectivas de crescimento na Eurozona e no resto do mundo", afirma o boletim mensal do Banco da Espanha, divulgado nesta quinta-feira.
Na segunda-feira, o novo ministro da Economia da Espanha, Luis de Guindos, disse que o país certamente entraria em "crescimento negativo" no último trimestre de 2011. "Depois da estagnação da economia espanhola no terceiro trimestre, as informações econômicas disponíveis, ainda incompletas, indicam contração da atividade nos últimos meses do ano", destacou o BC espanhol.
Em relação ao consumo privado, "os indicadores quantitativos mostraram um forte enfraquecimento no quarto trimestre", segundo o boletim. Também destaca que o "investimento em construção", que já foi o motor da economia espanhola, "prolongou sua trajetória de contração".
A Espanha, que viu seu PIB cair 3,7% em 2009 e 0,1% em 2010, tenta voltar a crescer desde o início de 2011: no primeiro trimestre, progrediu 0,4%, subiu 0,2% no segundo, antes de retroceder a zero no terceiro.
Em ritmo anual, o crescimento permaneceu no terceiro trimestre em 0,8% do PIB, que era a última previsão do antigo governo de José Luis Rodriguez Zapatero para o fim de 2011, quando antes esperava cerca de 1,3%. O governo conservador de Mariano Rajoy assumiu o poder na semana passada.
Vários economistas esperam um retorno da Espanha à recessão no fim deste ano ou no início de 2012: o Goldman Sachs e o instituto francês de estatísticas Insee preveem uma queda de 0,2% do PIB no quarto trimestre de 2011 e no primeiro trimestre de 2012.
Já o Banco Natixis antecipa uma contração de 0,2% do PIB no quarto trimestre, e depois de 0,1% no início de 2012. O país saiu no início de 2010 de uma recessão de mais de 18 meses, provocada pela crise e pela explosão da bolha imobiliária.