Pelo quinto ano consecutivo, a venda de veículos novos bateu recorde, com expansão de 4,79% em comparativo com 2010, mas depois de uma década de aumento consecutivo na comercialização de automóveis (excluem-se da lista motos, caminhões, ônibus e comerciais leves), o que resultou em crescimento de 130% das negociações no período de 2002 a 2011, a indústria automotiva pisou forte no freio e interrompeu a sequência de altas nas vendas de carros. Balanço da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) mostra que no ano passado o setor manteve o mesmo patamar de vendas de 2010, com leve queda, de 0,1%.
Apesar da freada, a indústria ainda comercializa cinco carros por minuto no país. No ano passado foram vendidas 5.573.499 unidades. Embora o mercado tenha crescido, a expansão ficou abaixo do esperado, que era 7% ou 8%. Em Minas, o crescimento da venda de veículos foi 37% maior que a média nacional, tendo subido 6,58% em relação ao ano passado.
Enquadramento O Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos de Minas Gerais (Sincodiv-MG) não diferencia a venda de automóveis e carros leves, colocando-os numa mesma categoria. Sendo assim, o crescimento no ano passado foi de 5,4%. A explicação deve estar ligada ao aumento da venda de comerciais leves, que, no país, subiu 14,64%, ultrapassando a marca de 776 mil unidades. O diretor do sindicato, Mauro Pinto de Moraes Filho, explica que o enquadramento único se deve à semelhança entre as categorias, e cita alguns carros que compõem os comerciais leves: Ecosport e Tucson. Ele avalia que, com o crescimento econômico, a busca por esses modelos tem sido alta, criando-se uma nova tendência. “O popular 1.0 só é vendido ainda por causa da tributação”, afirma.
Na contramão dos automóveis, o que mais cresceu no ano foi a venda de ônibus. O aumento de um período para outro foi de 21,73%. Segundo Meneghetti, o aumento está ligado à renovação da frota e a aproximação com as eleições municipais, quando os prefeitos aproveitam para comprar os veículos. A comercialização de caminhões subiu, passando para 172.660 unidades, enquanto a venda de motos aumentou 7,58%, aproximando-se da marca de 2 milhões, que deve ser quebrada no próximo ano.