Com o firme propósito de disputar fatia significativa do aquecido mercado de vagões ferroviários no Brasil, a Usiminas Mecânica, fabricante de bens de capital do grupo Usiminas, anunciou, nessa quinta-feira, o projeto da sua segunda unidade fabril no segmento. A empresa vai colocar em operação as instalações de uma antiga fábrica de estruturas metálicas e vagões que estava desativada havia cerca de dois anos em Congonhas, na Região Central de Minas Gerais. A nova capacidade instalada será de 3 mil vagões por ano, volume que pode até superar a meta inicial, se confirmada a forte demanda pelo produto esperada no país, informou o diretor executivo da Usiminas Mecânica, Guilherme Muylaert.
Os serviços de infraestrutura da fábrica ficarão a cargo da empresa RCC Holding, que assinou acordo com a coligada do grupo Usiminas e investirá R$ 32 milhões. As instalações industriais foram arrendadas por 15 anos, com possibilidade de renovação. Serão gerados 180 empregos na etapa inicial da fábrica, que, no pico da operação, chegará a empregar 600 pessoas. O negócio foi uma solução estratégica para a Usiminas Mecânica se consolidar no mercado de vagões ferroviários, num curto prazo, já que a unidade industrial deverá entrar em funcionamento entre junho e julho.
“Entramos há alguns anos nesse negócio, investimos recentemente na fundição de peças e agora vamos fornecer vagões completos, com maior valor agregado. A demanda no Brasil promete ser grande e temos acordos encaminhados”, afirmou Guilherme Muylaert. Projeções da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer) indicam potencial de vendas internas anuais de 4,5 mil vagões nos próximos 10 anos. A Usiminas Mecânica está trabalhando com uma carteira de pedidos superior a 700 vagões para a Eldorado Celulose e a Vale, que estão sendo fabricados na unidade mantida pela empresa em Santana do Paraíso, no Vale do Rio Doce, mesma região onde opera a usina siderúrgica do grupo.
A fábrica de Congonhas ocupará 11 mil metros quadrados de área construída. O aço consumido na unidade será fornecido pela fábrica de Ipatinga e boa parte dos componentes – travessas, laterais, hastes de ligação, engates e braçadeiras – sairão da linha de moldagem inaugurada em dezembro na fundição da Usiminas Mecânica, com investimentos de R$ 50 milhões.
Produção volta a ter expansão
Depois de registrar taxas negativas nos três últimos meses, a produção industrial brasileira cresceu 0,3% em novembro, na comparação com o mês anterior, com ajuste sazonal, segundo pesquisa divulgada nessa quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano, a produção tem alta de 0,4% e, em 12 meses, de 0,6%. Apesar de o resultado ter sido positivo, a queda acumulada nos três meses anteriores não foi recuperada, segundo o IBGE. Foram registradas quedas de 0,1% em agosto, 1,9% em setembro e de 0,7% em outubro, segundo dado revisado.
Na comparação mensal, 18 tipos de atividade apontaram crescimento na produção, com destaque para máquinas e equipamentos (4%), “recuperando parte da perda de 9,3% assinalada nos dois últimos meses” e veículos automotores (1,5%), edição e impressão (3,4%), produtos de metal (3,9%), farmacêutica (3,3%), outros produtos químicos (1,6%), vestuário (9,4%) e indústrias extrativas (1,7%).