A maioria dos comerciantes de Belo Horizonte acredita que a chuva foi a responsável pela queda nas vendas de Natal. De acordo com pesquisa realizada pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), 87,5% dos lojistas afirmaram que as frequentes tempestades contribuíram para o fraco desempenho em 2011, em comparação com 2010 e, somente 12,5% disseram que a chuva não foi a maior responsável pela queda no rendimento.
Para a economista, as liquidações têm um lado positivo tanto para o empresário quanto para os consumidores. “Os empresários, além de desovar estoque, fazem caixa. Os consumidores aproveitam a oportunidade, em meio a um período de muitas contas a pagar, para ir às compras aproveitando os descontos e adquirindo artigos que não consumiram no período que antecedeu o Natal”, explicou.
'Decepcionante'
Na avaliação do presidente da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro Junior, o Natal de 2011 para o varejo foi "decepcionante". Segundo ele, a categoria esperava um crescimento em torno 8% nas vendas a prazo, mas a expansão em dezembro na comparação com o ano anterior foi de apenas 2,42%.
"O Natal foi decepcionante, ficou aquém do que a gente esperava. Houve uma frustração especial em relação à linha branca", afirmou o executivo. De acordo com Pellizzaro, grande parte do décimo terceiro salário dos trabalhadores foi usada para a quitação de dívidas, tanto que a recuperação de crédito - retirada do nome do SPC - cresceu 1,26% em dezembro, algo incomum para o último mês do ano.
Para o presidente da CNDL, também houve transferência de compras ou seja, muita gente deixou de comprar em dezembro para aproveitar as liquidações de janeiro. "E como sobraram estoques do Natal, as ofertas estão mais agressivas neste começo de ano", acrescentou.
Ainda assim, Pellizzaro considerou positivo o crescimento de 4 79% no acumulado das vendas a prazo de 2011, por ter ocorrido sobre uma base de comparação já elevada. Para 2012, a CNDL espera uma expansão de 4,5% nas vendas, impulsionadas pelo crescimento do salário mínimo, pela queda na taxa de juros e pela estabilização da inflação. "Comércio deve ser mais uma vez a grande locomotiva que vai puxar o PIB nacional", completou.
Pelas mesmas razões, apesar de a inadimplência nas vendas a prazo do varejo ter crescido 5,34% em 2011, Pellizzaro espera uma desaceleração nos calotes ainda no primeiro semestre deste ano. "A inadimplência deve aumentar ainda em 2012, mas no máximo 2,5%", concluiu.