As férias sem graça de quem não pode viajar e precisa conviver com as chuvas que não dão trégua em Minas podem melhorar num piscar de olhos. Recém-lançadas no Brasil, as plataformas de distribuição digital de games vendem jogos pela internet e entregam por download – uma forma imediata de comprar e com descontos que passam dos 90% em relação ao produto físico.
Esse tipo de negócio já é comum em outros países, mas o Brasil ganhou duas empresas pioneiras e totalmente especializadas em distribuição digital de jogos no último ano: a Nuuvem (www.nuuvem.com.br) e o Xogo (www.xogo.com.br). Os dois serviços são bem parecidos: neles, o usuário se cadastra e faz as compras como em qualquer loja online, mas, logo após pagar, já tem direito de baixar o produto adquirido e por quantas vezes quiser. Além da comodidade, o principal diferencial é o preço. Jogos que são encontrados em lojas com preços de até R$ 199 são vendidos por menos de R$ 10.
Em 1999 ele e seu sócio, Roberto Nunes, fundaram o iMúsica, um site de venda de música no Brasil que começou antes de o iTunes fazer o mesmo em todo o mundo. O site existe até hoje, mas Cláudio deixou a empresa para trabalhar com distribuição digital no Ponto Frio. E lá aprendeu bastante sobre como vender para o varejo. “Foi uma espécie de MBA”, conta. Aos 46 anos, ele se orgulha de jogar videogames e de contar com o maior catálogo de jogos em relação aos concorrentes no país no Xogo.
Já a carreira de Thiago Diniz, diretor-executivo da Nuuvem, é um pouco menos ortodoxa. Aos 17 anos ele foi campeão mundial de Battle for Middle Earth, um jogo eletrônico baseado na história de O Senhor dos Anéis. Depois disso, trabalhou na equipe da Direct2Drive, uma das plataformas de distribuição digital pioneiras na área. Em 2009, ele teve a ideia de montar algo parecido no Brasil, mas o negócio só saiu do papel em 19 de agosto de 2011.
“A Nuuvem quer ser cada vez mais local. Temos o pagamento nacional, com boleto bancário, cartão de crédito e outras opções. Queremos ter, em breve, conteúdo em português brasileiro com exclusividade. E temos a regionalização dos preços, que é algo que negociamos com as empresas distribuidoras de jogos”, explicou.
PIRATARIA Concorrentes diretos nesse novo mercado, Thiago e Cláudio concordam quando o assunto é pirataria, que para eles não é nenhum bicho-papão. “A comodidade do serviço que oferecemos o torna muito melhor e confiável que piratear”, avalia Cláudio. “Em segundo lugar, existe a possibilidade de jogar on-line. Não tem como piratear essa experiência”, completa o empresário. Para Thiago, a maior parte das pessoas que recorrem à pirataria faz isso por falta de oportunidade. “O que faltava no Brasil era dar chance à pessoa de comprar o jogo por um preço justo, com um suporte local.”