A inflação medida pelo IGP-DI perdeu força em 2011 e encerrou o ano passado com alta de 5%, menos da metade da apurada em 2010 (11,30%); e a menor taxa desde 2009 (-1,43%). O resultado ficou dentro das projeções dos analistas consultados pelo AE-Projeções (de 4,79% a 5,12%) e foi igual à mediana das expectativas.
Preços mais baixos também foram percebidos no desempenho mensal do indicador. Em dezembro de 2011, o índice caiu 0,16% após avançar 0,43% em novembro. A taxa se posicionou dentro das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE-Projeções (de -0,05% a -0,37%) sendo superior à mediana das expectativas (-0,18%)
Embora não seja mais usada para reajustar a tarifa de telefone, a taxa acumulada do IGP-DI ainda é usada como indexadora das dívidas dos estados com a União. O período de coleta de preços para o IGP-DI de dezembro foi do dia 1º a 31 do mês passado.
Deflação
A deflação voltou ao setor agropecuário atacadista. Os preços agrícolas no atacado caíram 0,47% em dezembro do ano passado, após mostrarem inflação de 0,54% em novembro, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). A instituição informou ainda que os preços dos produtos industriais no atacado também caíram, com queda de 0,58% em dezembro, frente à alta de 0,27% em novembro.
Dentro do Índice de Preços por Atacado segundo Estágios de Processamento (IPA-EP), que permite visualizar a transmissão de preços ao longo da cadeia produtiva, os preços dos bens finais subiram 0,29% em dezembro, após avançarem 0,80% em novembro. Por sua vez, os preços dos bens intermediários apresentaram queda de 0,08% em dezembro, ante taxa negativa de 0,11% em novembro. Já os preços das matérias-primas brutas caíram 2,09% em dezembro, em comparação com o avanço de 0,41% em novembro.
O núcleo do IPC-DI de dezembro do ano passado subiu 0,62%, taxa superior à de novembro (0,46%). O núcleo, usado para mensurar tendências e calculado a partir da exclusão das principais quedas e das mais expressivas altas de preço no varejo, encerrou 2011 com alta de 5,51%. Em 2010, o núcleo avançou 5,18%. O índice de dispersão, que mede a proporção de itens com variação porcentual positiva no núcleo, passou de 60,75% em novembro para 65,57% em dezembro.