A vulnerabilidade na Europa permanece como um fator de risco aos negócios e volatilidade deve ditar o tom do pregão na Bovespa, neste dia de agenda econômica fraca no exterior. Apesar da expectativa dos mercados financeiros com o primeiro encontro de 2012 entre os líderes europeus Angela Merkel e Nicolas Sarkozy, os investidores estão céticos de que serão impressionados por qualquer novidade em relação à crise das dívidas na zona do euro. Às 11h14, o Ibovespa subia 0,22%, aos 58.726,45 pontos.
Um operador de uma corretora paulista acredita que a sessão de hoje deve seguir à risca a regra que marcou a renda variável em 2011, quando a ausência de um tomador final e operações de hedge travaram os negócios locais. "A Bolsa segue sem um fluxo direcional e quem compra ações, fica 'vendido' em índice futuro", exemplifica, acrescentando que, agindo assim, os investidores fazem uma operação de renda fixa na renda variável.
Mas, para hoje, os agentes devem seguir avessos ao risco, diante das preocupações crescentes sobre o sistema financeiro na Europa. Segundo o Banco Central Europeu (BCE), o uso da linha de depósitos overnight atingiu novo recorde histórico, refletindo a tensão no mercado de crédito interbancário e o empoçamento de liquidez. A fim de elaborar uma frente unida para salvar o euro e resgatar o crescimento econômico na zona da moeda única, a chanceler alemã e o presidente francês reuniram-se hoje cedo em Berlim.
Nas declarações iniciais feitas à imprensa, Merkel avaliou que as conversas entre os países da União Europeia (UE) sobre o pacto fiscal estão indo bem e disse que as discussões em torno dos mecanismos para aumentar o financiamento do fundo europeu de resgate podem ser aceleradas. É válido lembrar que Sarkozy está tentando ganhar terreno na corrida pela eleição presidencial na França neste ano. Segundo a mais recente pesquisa eleitoral, seu concorrente do Partido Socialista, François Hollande, tem 54% das intenções de voto.