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Estado de Minas

Pesquisa pode garantir boa economia nas compras do material escolar em BH

Variação de preços dos itens exigidos pelas escolas pode chegar a 650%


postado em 10/01/2012 06:00 / atualizado em 10/01/2012 07:36

Paciência e muita pesquisa. Se a combinação faltar aos pais que correm para comprar a lista de material escolar para os filhos, a punição será sentida no bolso. Isso porque a variação de preços dos itens exigidos pelas escolas pode chegar a 650% entre os 12 estabelecimentos comerciais pesquisados pelo site Mercado Mineiro entre 21 de dezembro e o dia 5. Este é o caso do essencial lápis preto – presença garantida em todas as listas – que pode custar de R$ 0,12 a R$ 0,90, de acordo com a papelaria escolhida.

A diferença mínima de preços é de incríveis 18,4% para o caso do caderno brochurão de 60 folhas que em um estabelecimento pode sair por R$ 3,80 e em outro R$ 4,50. “As distorções são absurdas e há muita especulação. Esse apanhado de preços é uma oportunidade para os lojistas baixarem os preços”, afirma o diretor executivo do Mercado Mineiro, Feliciano Abreu.

Em uma lista com os 10 produtos mais exigidos pelas instituições de ensino, a economia pode ser de R$ 27,71, uma redução de 168,5%. A inflação também pesa no orçamento. Em um ano, houve produtos que subiram até 27,6% como o caderno universitário espiral flexível de 96 folhas.

Carla Piovan diz para Isabela deixar de lado os produtos com personagens(foto: Renato Weil/EM/D.A Press )
Carla Piovan diz para Isabela deixar de lado os produtos com personagens (foto: Renato Weil/EM/D.A Press )
A empresária Carla Piovan sabe muito bem disso, motivo pelo qual sempre faz pesquisas. “Já fiz duas. Livros não mudam de preço porque são tabelados, mas material escolar tem muita diferença”, conta. Com a filha Isabela, de 9 anos, ela inicia as compras, mas já avisa: “Vou cortar preferência por marcas e personagens que encarecem muito a lista”, garante.

Segundo Adriano Boscatte, diretor da Câmara Setorial de Papelarias da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), os temas infantis e personagens célebres como Barbie e Ben 10 inflacionam os produtos e podem explicar a grande discrepância de preços entre os itens pesquisados. “Se colocar um desenho desses na capa, o valor pode subir até oito vezes para um caderno do mesmo fabricante”, explica.

Para diminuir a distância entre os custos, Adriano reivindica descrições mais detalhadas dos itens. “Deve ter nome e sobrenome, ou seja, ter a descrição completa e o código para que produtos distintos não sejam comparados”, pondera. Apesar da reivindicação de Adriano, que também é empresário do setor, Feliciano Abreu garante que as informações são concedidas pelos lojistas a partir de uma formatação da pesquisa realizada com a própria CDL/BH e as atualizações podem ser constantes.

Adriano Boscatte não nega que a diferença de preços exista, especialmente entre estabelecimentos de bairros e aqueles localizados em shoppings, na Zona Sul e Centro da cidade. “Até entre grandes redes e pequenas isso pode ocorrer”, explica. A expectativa é de que os preços comecem a cair até o início de fevereiro. “A tendência é de queda. Se é ou não o melhor momento para comprar, fica difícil falar. Mas o ideal é pesquisar muito”, afirma Abreu. Vale até barganhar. “Leve a lista pronta e negocie os preços.”

Maria Helena de Moura, com o filho Alexandre: compras no atacado(foto: Renato Weil/EM/D.A Press )
Maria Helena de Moura, com o filho Alexandre: compras no atacado (foto: Renato Weil/EM/D.A Press )
Para reduzir os riscos de um rombo no orçamento, a administradora Maria Helena Dutra de Moura compra boa parte da lista no atacado. “Levo caixa de cola, caderno, borracha. Se sobrar, fica para o próximo ano.” O filho Alexandre, que vai para o 5º ano do ensino fundamental também insiste em levar produtos populares entre a garotada, mas a mãe é categórica. “A cola funciona do mesmo jeito independentemente da marca. Sempre busco as similares.”

 

Mordida do Leão

Boa fatia do pesado montante gasto com a lista das escolas é abocanhada pelo governo. Conforme levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), de 19 itens pesquisados, sobre 17 incide uma carga tributária superior a 34%. Dentre os produtos, a caneta, com preço médio de R$0,50, foi a que apresentou o maior percentual: 47,7%. Não fossem os impostos, o custo seria de R$ 0,26. A relação dos mais taxados inclui régua (44,65%), agenda escolar e borracha (ambas com 43,19%), cola branca (42,71%), estojos (40,33%) e pastas plásticas (40,09%).


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