Brasília – A novela da instalação da fábrica de tablets da taiwanesa Foxconn no Brasil parece não ter fim. Desde abril de 2011, quando a presidente Dilma Rousseff esteve na China durante sua primeira visita oficial ao país asiático e para participar do encontro dos países do Brics — grupo das economias emergentes de crescimento acelerado, também integrado por Rússia e Índia, e, mais recentemente, pela África do Sul —, a localização da fábrica ainda é uma incógnita. Depois de vários estados de norte a sul do país demonstrarem interesse em receber a planta, mas pararem no meio do caminho diante da infinidade de exigências de incentivos por parte dos taiwaneses, parece que apenas dois estados estão no páreo para receber os US$ 12 bilhões de investimentos anunciados na época. “São Paulo e Minas Gerais são os estados com as melhores condições de infraestrutura disponível”, revelou ontem ao Estado de Minas o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante. Segundo ele, US$ 4 bilhões serão aplicados na primeira etapa do complexo industrial, que além de fabricar telas de LCD para a montagem de iPads no primeiro momento terá fábricas de LED, de células fotovoltaicas (que transformam energia solar em energia elétrica) e também de bateria de lítio.
Fontes ligadas ao governo e próximas às negociações apostam no estado mineiro como o que tem as melhores chances para receber o complexo e que estaria disposto a dar maiores concessões do que o paulista, mas Mercadante evitou fazer qualquer comentário sobre essa questão. “Somente a fábrica de LCD exigirá uma áerea de 1 km2”, informou o ministro lembrando que, além de um solo estável, a planta exigirá um local de fácil acesso, com toda infraestrutura necessária, aeroporto próximo e água em muita, muita abundância. “A energia elétrica, com um fornecimento estável e sem interrupção, também é fundamental para a escolha do local”, completou. Segundo ele, o consumo da fábrica seria equivalente ao de uma cidade do tamanho da paulista Jundiaí, que tem cerca de meio milhão de pessoas.
Mercadante informou ainda que, esta semana, há uma missão de empresas brasileiras em Taiwan interessadas em serem parcerias da Foxconn. O ministro citou Semp Toshiba e Positivo como algumas das que pretendem ter suas unidades de tablets abastecidas pela fábrica da empresa taiwanesa no Brasil, além de o empresário Eike Batista continuar interessado em ser sócio da companhia asiática. Procuradas, as assessorias da Semp Toshiba e da Positivo não confirmaram a viagem de seus executivos a Taiwan. (Colaborou Gustavo Henrique Braga)
4G para a Copa
O governo planeja organizar uma força-tarefa para desburocratizar a implementação da infraestrutura necessária ao serviço 4G — quarta geração da internet móvel, com velocidade até 10 vezes mais rápida que o 3G, terceira geração — nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo de futebol de 2014, o que inclui Belo Horizonte. O leilão da frequência que será usada para o serviço (2,5 GHz) ocorrerá até abril. Mas leis que restringem instalações de antenas terão que ser revistas.