A presidente Dilma Rousseff deve antecipar o anúncio do corte de gastos do Orçamento deste ano. Se tudo correr nos conformes, o arrocho, inicialmente previsto para ser divulgado no início de fevereiro, se tornará público até o começo da próxima semana. A perspectiva é de que a tesoura atinja um montante entre R$ 60 bilhões e R$ 70 bilhões. A meta de Dilma, com o aperto, é desmontar o discurso conservador do Banco Central e forçar o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central a manter o processo de redução da taxa básica de juros (Selic).
Arrocho
Para fechar os cortes, a presidente chamou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a Brasília. Ele estava em férias em São Paulo e só deveria retornar ao trabalho na próxima segunda-feira. Dilma não queria bater o martelo sobre o arrocho apenas com o secretário executivo da Fazenda, Nelson Barbosa, que já havia lhe apresentado um levantamento das possibilidades de cortes. Mantega fez bate e volta. Saiu da capital paulista às 10h da manhã, com retorno previsto para as 15h. Mas acabou saindo um pouco mais tarde do Distrito Federal, sem dar as caras na sede do ministério.
O BC está preocupado com um repique inflacionário por causa da seca no Sul e das chuvas no Sudeste e Centro- Oeste, que têm provocado forte alta no preços dos alimentos. No Relatório de Inflação divulgado em dezembro, a autoridade monetária chegou a alertar que poderia interromper o processo de queda dos juros caso a inflação ameaçasse fugir da meta anual de 4,5%. “Isso (interromper a queda) nem passa pela cabeça dela (da presidente Dilma)”, disse uma fonte da área econômica.