O governo da Áustria afirmou que o rebaixamento de seu rating de crédito de AAA para AA+ pela Standard and Poor's foi uma medida "incompreensível" e ameaçava minar o progresso conseguido nas últimas semanas na crise da zona do euro. "É incompreensível quando uma das três agências de rating dos EUA decide avançar sozinha e rebaixar países da zona do euro, ou dar a eles uma perspectiva negativa", afirma um comunicado do governo austríaco divulgado no fim da sexta-feira.
O presidente do Banco Central da Áustria, Ewald Nowotny, afirmou no fim da sexta-feira, em entrevista à TV estatal do país, que a S&P havia sido "muito mais agressiva" que as outras agências. Segundo ele, a decisão da agência de cortar o rating de vários países da Europa era "política". Também membro do conselho do Banco Central Europeu (BCE), Nowotny notou que a decisão da S&P pode tornar as coisas mais difíceis na resposta à crise europeia.
Dos 17 países da zona do euro, nove foram rebaixados na sexta-feira. A S&P baixou em dois graus as notas da Itália, Espanha, Portugal e Chipre. Os bônus da Itália agora são classificados como BBB+, o degrau mais baixo antes de o país perder o chamado grau de investimento, nível considerado seguro pelo mercado financeiro. França, Áustria, Malta, Eslováquia e Eslovênia caíram um degrau na classificação. A S&P manteve a nota máxima, AAA, de Alemanha, Finlândia, Holanda e Luxemburgo.
Falando já neste sábado a uma rádio, Nowotny disse que o rebaixamento da Áustria não terá consequências imediatas e sérias para o país, já que as outras duas maiores agências ainda classificam o país como AAA. Para ele, porém, não se pode garantir que as condições para a nação conseguir empréstimos não venham a piorar, por causa da deterioração do quadro geral na Europa. Ele falou que a nação deve levar esse rebaixamento a sério, seja ou não justificado. As informações são da Dow Jones.