As políticas de resposta da zona do euro à sua crise de dívida foram majoritariamente mal conduzidas e estão aumentando os riscos futuros, disseram analistas da agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) em teleconferência realizada hoje. A teleconferência segue-se ao amplo rebaixamento de ratings soberanos na zona do euro, anunciado ontem, que reduziu as notas de crédito de nove dos 17 países do bloco, entre eles França e Áustria, que perderam a nota máxima (AAA) na classificação da S&P.
Kramer disse que o núcleo da cúpula da União Europeia "não teria identificado, antecipadamente, os riscos". A Alemanha, exemplificou, tinha um dos maiores déficits orçamentários entre todos os países da zona do euro nos primeiros dez anos de existência da moeda comum, enquanto a Espanha tinha um orçamento em grande parte equilibrado.
Ele observou que, embora o estoque de dívida de países como Espanha e Itália "seja administrável sob circunstâncias normais" as elevadas necessidades de refinanciamento atuais dos dois países tornam isso muito difícil. Somente a Itália, destacou Kramer, tem de refinanciar mais de 130 bilhões de euros em dívida entre os meses de fevereiro e abril deste ano.