A agência de classificação de risco Fitch afirmou hoje que está revisando o rating da Itália e pode rebaixá-lo em até dois graus. "É uma das opções possíveis", comentou Alessandro Settepani, diretor sênior da agência. Atualmente a Fitch atribui rating A+ para a Itália, com perspectiva negativa. Apesar dessa possibilidade de rebaixamento, a agência não espera um default do país.
Segundo Settepani, a Fitch vai basear sua decisão em fatores como o nível de financiamento do país e as medidas de estímulo ao crescimento adotadas pelo governo do primeiro-ministro Mario Monti. A agência também deve levar em conta o acordo fiscal que está sendo trabalhado entre 26 membros da União Europeia.
Sobre um possível default da Itália, Edward Parker, diretor-gerente da Fitch, afirmou que essa possibilidade "não faz parte das nossas expectativas". Segundo ele, apesar do elevado nível da dívida pública e da baixa taxa de crescimento econômico, o país ainda tem bons fundamentos. Ele cita a boa posição orçamentária e um setor privado robusto no nível das pequenas empresas e da manufatura, entre outros fatores. "Diferentemente de outros países como Irlanda e Espanha, a Itália nunca teve um boom de crédito insustentável no setor privado", comentou.
A administração de Monti está preparando um pacote de medidas para liberalizar profissões e melhorar a infraestrutura do país. O objetivo é impulsionar o crescimento econômico e criar empregos, após a adoção de duras medidas de austeridade.