O primeiro-ministro português admitiu nesta sexta-feira que seu país, sob ajuda financeira, atravessa uma situação "realmente crítica" e aposta que as exportações sirvam para reativar a economia este ano.
"Atravessamos um momento crítico... que produz um clima de instabilidade e de insegurança sobre o futuro da Europa e, como consequência, de Portugal", disse Pedro Passos Coelho em um debate parlamentar.
O primeiro-ministro referiu-se aos "novos problemas" provenientes "da Grécia ou de uma agência de classificação". A agência americana Standard and Poor's rebaixou há uma semana a nota de nove países da Zona Euro, entre eles Portugal, cuja nota equipara sua dívida a um investimento especulativo, o que o governo português qualificou de "infundado".
No entanto, Passos Coelho colocou uma nota de otimismo ao afirmar que seu país poderá "registrar este ano um superávit comercial, o que não ocorre há vários anos". Terceiro país da Zona Euro depois da Grécia e Irlanda em pedir ajuda à União Europeia e ao Fundo Monetário Internacional (FMI), Portugal obteve em maio passado um empréstimo de 78 bilhões de euros em troca de um duro programa de austeridade para reduzir o déficit fiscal público. O país espera que as exportações consigam reativar uma economia que está em profunda recessão.