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Estado de Minas

Falta de equilíbrio orçamentário vai gerar multa

Esboço do pacto fiscal da UE prevê penalização para país que não adotar regra. Itália lança plano de liberalização


postado em 21/01/2012 07:15

A mais alta corte da União Europeia (UE) poderá multar qualquer país do bloco que não adotar uma regra de equilíbrio orçamentário em sua constituição. A penalidade será de até 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo o último esboço do tratado de pacto fiscal, apresentado ontem. Trata-se do endurecimento de uma versão anterior do documento, que todos os países da UE devem assinar, exceto a Grã-Bretanha. De acordo com o pacto, todos os signatários devem introduzir em suas constituições, dentro de um ano, uma regra de que o déficit orçamentário não pode ser maior que 0,5% do PIB em termos estruturais. Se a regra for quebrada, medidas automáticas de punição poderão ser adotadas.

“Se o tribunal concluir que a parte contratante em questão não seguiu seu julgamento, pode impor a ela um montante fixo ou um pagamento de penalidade apropriados às circunstâncias e que não deve exceder 0,1% de seu Produto Interno Bruto”, destaca o documento. O dinheiro da multa deve ser destinado a reforçar os recursos do Mecanismo Europeu de Estabilidade (ESM) – o fundo permanente de resgate da Zona do Euro, previsto para entrar em vigor em julho. Os ministros das Finanças da UE devem discutir o tratado do pacto fiscal na próxima semana e os líderes do bloco também devem debatê-lo em 30 de janeiro.

Na Itália, o governo de Mario Monti saiu na frente e adotou um ambicioso plano para liberalizar a economia italiana, destinado a suprimir obstáculos que freiam o crescimento de um país em recessão e apesar da oposição dos setores mais atingidos. O conselho de ministros, cuja reunião durou mais de oito horas, “adotou um pacote de reformas estruturais em favor do crescimento”, já que “a economia italiana foi freada durante décadas por obstáculos como a falta de concorrência”, declarou Monti ao finalizar o encontro dos membros do governo.

Depois da adoção, no fim de dezembro, de um novo plano de austeridade, Monti lança com essas liberalizações a "fase 2" de sua ação em uma tentativa de reativar a economia do país, que entrou em recessão. Os setores que serão mais abertos à concorrência por estas medidas são numerosos: táxis, farmácias, transportes públicos locais, distribuidores de gasolina, de gás, profissionais liberais, seguradoras, bancos etc.

RESGATE GREGO Ontem, a Grécia e seus credores privados retomam as negociações de swap de dívida, com sinais de que podem estar se aproximando do tão esperado acordo para impedir um caótico default de Atenas. A Grécia corre contra o tempo para conseguir um acordo que permita uma nova injeção de ajuda externa até segunda-feira, antes que vençam os 14,5 bilhões de euros em bônus de março.

Depois de um impasse nas negociações da semana passada por causa do cupom, ou pagamento de juros, que a Grécia precisa oferecer em seus novos bônus, os dois lados parecem estar agindo para superar suas diferenças. “A atmosfera estava boa, progresso foi feito e nós continuaremos amanhã (hoje) à tarde”, disse o ministro das Finanças grego, Evangelos Venizelos, depois de uma série de reuniões em Atenas com Charles Dallara, diretor do Instituto Internacional de Finanças (IIF), que representa os credores privados.

A falta de um resultado nas negociações sobre a redução da dívida pública grega derrubou as bolsas europeias e o pregão de ontem foi fechado com pequenas perdas. Em Frankfurt, o índice DAX caiu 0,18%, aos 6.404 pontos. O CAC 40, principal índice da Bolsa de Paris, perdeu 0,2%, fechando aos 3.321 pontos. Em Londres, o índice FTSE-100 também se retraiu 0,22%, frente a quinta-feira, e concluiu aos 5.728,55 pontos. E em Madri o IBEX 35 registrou uma queda maior, de 0,49%.


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