O Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Alemanha estão pressionado credores privados da Grécia para que aceitem rendimentos mais baixos nos novos bônus emitidos por Atenas depois do plano de reestruturação da dívida, de acordo com pessoas familiarizadas com as discussões. Segundo elas, isso pode atrasar um novo empréstimo de emergência de que a Grécia tanto precisa para evitar a falência.
Segundo as fontes, o FMI explicou que um acordo quase final foi alcançado entre banqueiros e o governo grego na sexta-feira, mas que a proposta não é suficiente para reduzir os encargos da dívida do país e restaurá-la para níveis sustentáveis.
A Grécia e os credores privados, representados pelo Instituto Internacional de Finanças (IIF), ficaram "a um passo" de um acordo sobre os contornos da dívida na sexta-feira - que teria trocado os bônus antigos da Grécia por outros novos na metade do valor de face, pagando cupom médio de 4,0% a 4,2%.
Mas uma intervenção de última hora do FMI e da Alemanha - pedindo que os credores aceitem juros ainda menores - desvirtuou o acordo. O FMI, dizem as fontes, quer que os novos bônus da Grécia paguem no máximo 3,5%.
Ministros de finanças da zona do euro devem aprovar o novo pacote de ajuda de 130 bilhões de euros para a Grécia no encontro do grupo em Bruxelas, na segunda-feira. Mas o empréstimo está condicionado a um acordo para reestruturar a dívida grega. Sem decisão sobre a dívida, o novo empréstimo deve ser adiado até a reunião europeia da semana que vem.
"Estamos agora buscando um novo acordo com o IIF antes do encontro da União Europeia de 30 de janeiro. As conversas com o IIF continuam por telefone, mas é improvável que algo surja hoje", disse a fonte, que tem conhecimento direto das negociações. "Agora todos estão percebendo que o tempo está ficando muito curto."