A diretora-geral do FMI, Christine Lagarde, pediu nesta segunda-feira aos países membros da Eurozona a adoção de medidas mais amplas e a implantação do eurobônus de forma conjunta para enfrentar a crise.
Em estado de alerta contra uma crise que "pode engolir o mundo inteiro", Lagarde declarou que o FMI planeja mobilizar até "500 bilhões de dólares em fundos adicionais", em um discurso pronunciado ao Conselho Alemão das Relações Exteriores.
"Estamos estudando as opções para então consultarmos os países membros", acrescentou.
Para a Eurozona, "um aumento substancial dos fundos reais atualmente disponíveis, passando do FESF ao MEE, aumentando o tamanho deste último, (...) será de grande ajuda", disse a diretora.
Lagarde teme que a Itália e a Espanha "sejam empurradas para uma crise de solvência", caso os Estados da Eurozona não coloquem as mãos nos bolsos.
A diretora do Fundo Monetário Internacional afirmou ainda que a Eurozona precisa adotar "obrigações conjuntas", para "ajudar a convencer os mercados da viabilidade futura da união econômica e monetária".
A criação do eurobônus é um assunto controverso, a Comissão Europeia é a favor, enquanto a chanceler alemã Angela Merkel é contra.
Lagarde encorajou o Banco Central Europeu (BCE) a proceder com uma "flexibilização da política monetária no momento certo", ou seja, reduzir sua taxa básica de juros, atualmente em 1%.
Ela lembrou que o FMI estava prestes a "rever para baixo os números do crescimento em grande parte do mundo". Lagarde criticou também os governos europeus e a administração dos EUA de terem "deixado uma ferida antiga se infectar".
Sem uma reação da parte deles, "correremos o risco de viver mais uma vez um episódio digno dos anos 1930", que viu a crise econômica acabar em um movimento de protecionismo e na ascensão do fascismo na Europa, advertiu a diretora do FM