O endividamento do consumidor mineiro é preocupante e são as mulheres as campeãs de inadimplência, de acordo com sondagem divulgada nesta terça-feira pela Fecomércio Minas. Segundo a Pesquisa de Endividamento do Consumidor (PEC), o perfil do inadimplente é composto por 59,3% de mulheres e 40,7% de homens, sendo que 38,5% estão na fixa etária entre 25 e 34 anos, seguido pelos consumidores entre 16 e 24 anos, somados aos de 35 a 44 anos (23,1% do total).
A pesquisa, referente aos meses de novembro e dezembro de 2011, também apontou um aumento na inadimplência, que atingiu 6,8%, contra os 5,6 dos meses anteriores e os 5,5 do mesmo período em 2010. “Este aumento pode ser um reflexo das sucessivas altas no endividamento do consumidor”, destaca o técnico do Departamento de Economia da Fecomércio Minas, Eduardo Ângelo Dias.
Os números que complementam este índice são os de escolaridade, com 77,8% dos inadimplentes com o 2º grau incompleto ou completo; a renda, com os consumidores entre 2 e 5 salários mínimos atingindo 71,5% e daqueles que são assalariados com carteira assinada, que representam 69,2% dos entrevistados. “Destacamos a participação das classes C, D e E, que atingiu 89,3% dos endividados, sendo que desse total 67,2% são da classe C e 22,1% pertence as D e E. Podemos considerar que esta é uma parcela social mais dependente do crédito e com maior dificuldade de controle dos gastos”, ressalta Eduardo Dias.
Preocupação
Apesar do aumento na inadimplência, o endividamento do consumidor mineiro interrompeu uma trajetória crescente, caindo para 70,1% em novembro e dezembro, frente aos 74,1% registrados em setembro e outubro. Mesmo assim, o índice ainda está em níveis preocupantes, ficando muito acima do apurado em igual bimestre de 2010, quando os endividados representavam 56,3% dos entrevistados.
Queda no país
O percentual de famílias endividadas em janeiro atingiu 58,8%, um recuo frente aos 59,4% de janeiro de 2011, apontou a Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência (Peic) divulgada nesta terça-feira pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Na comparação com dezembro do ano passado houve leve alta, de 0,2 ponto percentual.
O total de famílias com contas em atraso foi de 19,9%, ante 22 1% um ano atrás e 21,2% no mês anterior. É o menor nível da série histórica iniciada em janeiro de 2010. O número de famílias que declararam não ter condições de pagar suas dívidas também foi menor. O percentual neste mês foi de 6,9%, bem abaixo dos 7,9% de janeiro do ano passado. Em dezembro, 7,2% das famílias afirmaram não ter condições de quitar seus débitos. (Com Agência Estado)