O governo espanhol aprovou nesta sexta-feira seu projeto de lei de estabilidade orçamentária, que inclui uma proibição do déficit a partir de 2020 em suas 17 comunidades autônomas, cuja situação financeira preocupa aos mercados.
"Todas as comunidades autônomas deverão apresentar equilíbrio ou superávit orçamentário", anunciou o ministro da Fazenda, Cristóbal Montoro, em uma coletiva de imprensa realizada ao término do conselho de ministros.
Com o intuito de mandar um sinal firme aos mercados, o ministro da Economia, Luís de Guindos, afirmou que não vai "deixar nenhuma comunidade autônoma cair, mas o ajuste será muito mais brutal". O enorme déficit que acumulam as comunidades autônomas foi tido como o grande culpado do desvio em dois pontos do déficit fiscal espanhol, que deve ficar em mais de 8% em 2011, contra os 6% previstos anteriormente.
Ainda nesta sexta-feira, a Espanha anunciou o registo de cerca de 5,3 milhões de desempregados no final de 2011, ou seja, uma taxa de 22,85% da população ativa, a mais elevada desde o primeiro trimestre de 1995, segundo as cifras oficiais publicadas nesta sexta-feira.
No final de dezembro, o número de pessoas sem trabalho era de 5.273.600, e continuou aumentando em relação ao trimestre anterior, durante o qual 4,978 milhões de pessoas careciam de emprego (21,52%), anunciou o Instituto Nacional de Estatísticas (INE).
O aumento do desemprego é especialmente dramático para os menores de 25 anos, mais da metade dos quais (51,4%) está sem trabalho em um país onde 1,575 milhão de lares têm todos seus membros desempregados. Nos últimos três meses de 2011, 295.300 pessoas a mais passaram a integrar a lista de desempregados.