Mais um capítulo de más notícias marcou, nessa sexta-feira, a crise europeia, com o rebaixamento das notas atribuídas pela agência de classificação de risco Fitch a cinco países do continente – Bélgica, Espanha, Itália, Chipre e Eslovênia –e a queda dos principais índices das bolsas de valores da região, de Londres, Frankfurt, Paris, Madri e Lisboa. A baixa no mercado acionário foi influenciada pela divulgação da taxa de crescimento inferior ao esperado do Produto Interno Bruto (o PIB é a soma da produção de bens e serviços de um país) dos Estados Unidos no quarto trimestre de 2011. O indicador subiu 2,8%. Foi a primeira perda semanal nas ações europeias desde meados de dezembro.
A agência também alertou que há mais de 50% de probabilidade de que novas reduções de notas sejam definidas nos próximos dois anos. Em seu comunicado, assegurou que esses países têm vulnerabilidades de curto prazo, diante de choques monetários e financeiros. “Consequentemente, na opinião da Fitch, a esses países não se pode dar todos os benefícios do status do euro”, informa o documento. O corte das notas reflete as preocupações principalmente relacionadas com o setor bancário no Chipre e na Eslovênia; crescimento da dívida pública na Itália e piora fiscal na Espanha.
Nas bolsas de valores, o índice FTSEurofirst das 300 das principais ações europeias fechou em queda de 0,96%, aos 1.041 pontos, em números preliminares. Em Londres, o índice Financial Times caiu 1,07%, a 5.733 pontos. Em Frankfurt, o índice DAX declinou 0,43%, para 6.511 pontos. Em Paris, o índice CAC-40 baixou 1,32%, a 3.318 pontos. Em Milão, o índice Ftse/Mib perdeu 1,02%, para 15.496 pontos. Em Madri, o índice Ibex-35 desceu 0,65%, a 8.657 pontos. Em Lisboa, o índice PSI20 fechou em baixa de 0,85%, para 5.434 pontos.
Grécia busca avanço e FMI alerta em Davos
Em Atenas, o ministro de Finanças da Grécia, Evangelos Venizelos, afirmou que as negociações com o setor privado para a reestruturação da dívida do país estão "a um passo" de uma conclusão. A declaração foi dada minutos antes de o primeiro-ministro grego, Lucas Papademos, iniciar uma reunião com Charles Dallara, diretor-gerente do Instituto Internacional de Finanças (IIF), que representa os bancos nas conversas. Segundo Venizelos, as conversas devem ser concluídas nos próximos dias, porque uma oferta formal para os credores privados precisa ser feita antes de 15 de fevereiro. "Todos esses dias nós estamos realizando negociações difíceis e delicadas”, afirmou.
“Grandes preocupações" continuam em relação às dificuldades da Zona do Euro, e os Estados Unidos e o Japão também precisam demonstrar um compromisso a médio prazo para reduzir suas dívidas, afirmou a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça. Ela enfatizou que os EUA e o governo japonês precisam demonstrar que têm o objetivo de reduzir seus endividamento e administrar as finanças públicas com política sustentável. “Nós não podemos emprestar para sempre para gerar crescimento”, afirmou Lagarde.