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Estado de Minas

Sarkozy anuncia a criação de uma taxa sobre transações financeiras


postado em 29/01/2012 19:39 / atualizado em 29/01/2012 19:45

(foto: THOMAS SAMSON / AFP)
(foto: THOMAS SAMSON / AFP)

PARIS - A três meses da eleição presidencial, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, voltou sua atenção para o crescimento do país, com medidas destinadas a suavizar os encargos trabalhistas das empresas e a financiar o sistema de bem-estar social, anunciando na noite deste domingo a criação de um imposto sobre transações financeiras, acompanhado de outras medidas econômicas.

Sarkozy insistiu em que os custos de sua reforma do sistema de bem-estar social vão incidir mais sobre o consumo e menos sobre o custo do trabalho, uma estratégia que, segundo ele, foi inspirada na ação do ex-chanceler social-democrata da Alemanha, Gerhard Schröder.

A taxa sobre transações financeiras, de 0,1%, já seria aplicável no mês de agosto na França, e o presidente disse esperar que outros países europeus também a adotem, seguindo o exemplo de Paris. Anunciou um aumento de "1,6 ponto da TVA", a taxa sobre o valor agregado, que passará para 21,2%, o que permitirá financiar isenções de encargos trabalhistas no valor de 13 bilhões de euros. Esta taxa incide sobre os bens de consumo e deve entrar em vigor no dia 1º de outubro, incentivando as compras por antecipação, de modo a contribuir para o crescimento do país, disse o presidente.

Sarkozy falou sobre o assunto durante uma entrevista à televisão dedicada à última série de reformas que conta implementar.

O objetivo das medidas anunciadas neste domingo é restabelecer a competitividade da economia francesa e fazer parar a sangria de empregos da indústria. "Em 10 anos, a França perdeu 500.000 empregos industriais", disse, observando que para um salário de 4.000 euros, os encargos se elevam a 840 euros na Alemanha e o "dobro disso na França", afirmou o presidente.

Sarkozy não confirmou oficialmente se seria candidato à eleição presidencial de 22 de abril e 6 de maio próximos, mas deixou subentendido neste domingo, que será o candidato natural a um novo mandato nas eleições da primavera (no Hemisfério Norte). Disse que está "determinado" e que não se esquivará de um encontro com os franceses.

"Tenho um encontro com os franceses e não fugirei disso", afirmou.

O precidente também afirmou ter observado uma melhora no front da crise na Zona do Euro.

"Os elementos para a estabilidade da situação financeira mundial e da Europa se apresentam", declarou ele na entrevista concedida a jornalistas de um pool de canais de televisão franceses.

A situação relacionada à crise do euro "acalma" e "se estabiliza", pelo que "a Europa não está mais à beira do abismo", frisou, às vésperas de uma reunião de cúpula europeia em Bruxelles.

Acrescentou que o déficit público da França em 2011 deve estar melhor que o previsto, chegando a 5,4% do Produto Interno Bruto (PIB) ou talvez a 5,3%, contra os 5,7% estimados até agora.


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