O reajuste de preços de imóveis entra em ritmo de desaceleração. Depois do boom imobiliário dos últimos anos, as unidades residenciais começam a ser reajustadas em escala menor, informa Ariano Cavalcanti de Paula, presidente da Câmara do Mercado Imobiliária de Minas Gerais (CMI-MG). “A tendência é termos uma certa acomodação a partir de agora”, informa Ariano de Paula.
O preço mais acessível deve favorecer as negociações de compra e venda, na avaliação dos especialistas. A VPR Imóveis trabalha com vendas e locações de imóveis residenciais e comerciais na área do Buritis. Existem cerca de mil imóveis com preços de R$ 200 mil a R$ 2,5 milhões na região. Neste ano a empresa espera aumentar as vendas entre 15% e 20%, informa Frederico Papatella Padovani, diretor da VPR.
“Há muita oferta na região e muitas unidades para serem entregues. Cerca de 70% das vendas são realizadas para moradores que já habitam o bairro”, revela . A maior parte dos negócios, diz, é feita por unidades com valores de R$ 250 a R$ 600 mil.
O Buritis foi o bairro que apresentou a maior oferta de imóveis novos, representando 28% do total de 1.923 em Belo Horizonte em novembro, segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis (Ipead). Padovani explica que os itens mais avaliados pela clientela na hora de comprar as unidades são o ponto, a segurança, o lazer, a proximidade de escolas e faculdades e a comodidade.
O professor de engenharia Luiz Humberto Ribeiro comprou um apartamento de quatro quartos no Buritis há dois meses, por R$ 560 mil. “Eu não troco o bairro por nenhum outro. Gosto da estrutura que oferece, como comércio e cinema. E os apartamentos custam em média 30% a menos do que na Zona Sul”, diz Ribeiro.
As chuvas e os deslizamentos no Buritis respingaram nos negócios de imóveis no bairro. Logo depois da tragédia, a procura por apartamentos na região chegou a cair até 20% em relação a um período normal. A queda foi maior nas proximidades da área com risco de desabamento. Mas a partir deste mês as imobiliárias esperam retomar o fôlego de vendas. Assim como o preço de venda, o da locação residencial também segue em ritmo mais lento. O aluguel registrou alta de 10,47% no ano passado, enquanto a inflação medida na capital mineira ficou em 7,22%.