A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) arrecadou R$ 24.535.132.500 com o leilão dos aeroportos de Guarulhos (Cumbica), Campinas (Viracopos) e Brasília (JK) em leilão realizado há pouco pela Bolsa de Valores de São Paulo(Bovespa). O valor obtido no leilão, com os três maiores aeroportos do Brasil, é quase cinco vezes os R$ 5,5 bilhões, previstos no edital de licitação.
A concessão de Guarulhos, que tem prazo de 20 anos, foi arrematada por R$ 16,213 bilhões pelo consórcio Invepar – composto pelas empresas Invepar (Investimentos e Participações em Infraestrutura S.A) e ACSA, da África do Sul.
O valor da concessão do Aeroporto Internacional de Viracopos ficou em R$ 3,821 bilhões, para o consórcio Aeroportos Brasil, composto pela Triunfo Participações e Investimentos (45%), UTC Participações (45%) e Egis Airport Operation (10%).
A partir da assinatura do contrato de concessão, haverá um período de transição de seis meses, prorrogável por mais seis, no qual a concessionária administrará o terminal em conjunto com a Infraero. Após esse período, o novo controlador assume as operações do aeroporto. A gestão do espaço aéreo nos terminais concedidos não sofrerá mudanças e continuará sob o controle do Poder Público.
Confira o resultado:
Aeroporto Internacional de Guarulhos (Guarulhos-SP)
* Consórcio Invepar, representado pela corretora Gradual
* Valor: R$ 16.213.000.000
Aeroporto Internacional de Viracopos (Campinas-SP)
* Consórcio Aeroportos Brasil, representado pela corretora Planner
* Valor: R$ 3.821.000.000
Aeroporto Internacional Presidente Juscelino Kubitschek (Brasília-DF)
* Consórcio Inframérica Aeroportos, representado pela corretora Citi
* Valor: R$ 4.501.132.500
Lances agressivos
O ministro da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Wagner Bittencourt, disse hoje que considerou que o resultado do leilão dos aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília foi muito expressivo e ressaltou nos lances agressivos apresentados pelos consórcios participantes. Sobre o fato do aeroporto de Campinas ter tido o menor ágio, ele disse que esse aeroporto requer uma visão de "longo prazo".
Ele destacou que os ágios elevados registrados hoje demonstram que "os investimentos são seguros e rentáveis". "Ninguém dá lances que não sejam adequados às suas expectativas de resultado", afirmou. Questionado sobre as próximas privatizações do setor, o ministro disse que ainda não há previsões ou prazos. Bittencourt reafirmou que as metas de investimento até a Copa de 2014, previstas em edital, estão mantidas.
Participação de 49% da Infraero visa dividendos
A decisão de manter nas mãos da Infraero 49% dos aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília, privatizados hoje, não visa interferir na gestão, mas sim ter acesso aos dividendos gerados pelos três aeroportos. A afirmação foi feita hoje pelo presidente da Infraero, Gustavo do Vale. "A decisão foi para que possamos ter acesso à metade dos dividendos, para termos receita para continuarmos a fazer investimentos", disse. "Vamos ser sócios e parceiros no cotidiano e no longo prazo", disse.