Com ágio de 348% em relação ao preço mínimo, o governo privatizou nessa segunda-feira os aeroportos de Guarulhos (Cumbica-SP), Campinas (Viracopos-SP) e Brasília (Juscelino Kubitschek) por R$ 24,5 bilhões em leilão na Bolsa de Valores de São Paulo. Logo que foram anunciados os vencedores dos leilões dos aeroportos de Brasília, Guarulhos (SP) e Campinas (SP), começaram também as especulações em torno da segunda rodada de transferência de grandes terminais para a iniciativa privada. Embora o governo ainda não tenha anunciado o plano de outorgas para o setor, previsto para março, a expectativa da própria Secretaria de Aviação Civil (SAC) é iniciar a licitação de mais três no próximo semestre.
O subsecretário de assuntos internacionais da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Luiz Antônio Athayde, revelou que a gestão compartilhada do governo com a iniciativa privada mostra confiança no processo de concessão. “O setor aeroportuário tem grande interesse para o país. E o aeroporto de Confins é um dos que registra o maior índice de crescimento”, afirma Athayde. De 2010 a 2011 o número de passageiros em Confins saltou de 7,26 milhões para 9,35 milhões, aumento de 28,89%, segundo dados da Infraero.
“De novo o Brasil deu uma demonstração que é um ambiente seguro de investimento. Ter um certame com tanta disputa mostra isso”, comemorou o ministro da Secretaria de Aviação Civil, Wagner Bittencourt. O maior ágio, de 673% em relação ao preço mínimo foi registrado na venda do aeroporto de Brasília para o consórcio Inframérica – Infravix (50%) -uma empresa do grupo Engevix- e Corporación América (50%), que fez oferta de R$ 4,501 bilhões para administrar o aeroporto por 25 anos. O consórcio é responsável também pelo aeroporto de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte, que foi leiloado em agosto.
Mais cobiçado entre os três, o Aeroporto de Guarulhos foi arrematado pelo consórcio Invepar, que ofereceu R$ 16,2 bilhões pelo terminal, que tinha preço mínimo fixado em R$ 3,4 bilhões, para gerir o terminal por 20 anos. Formado pela Invepar (OAS e fundos de pensão estatais), que tem 90%, e pela ACSA (operadora de nove aeroportos na África do Sul).
“Estamos seguros da proposta que fizemos, não temos dúvida de que foi uma ótima oportunidade”, afirmou o presidente da Invepar, Gustavo Rocha. Já o grupo que conquistou o aeroporto de Campinas (SP), formado por Triunfo (45%), UTC (45%) e Egis Avia (10%) pagou ágio de 159,7% com a proposta de R$ 3,8 bilhões pelo aeroporto que vai administrar por 30 anos. (Com agências)