A centenária marca Eastman Kodak anunciou nesta quinta-feira que vai suspender antes de 30 de junho a fabricação de câmeras de foto e vídeo digitais e porta-retratos digitais para concentrar-se na venda de patentes e impressoras. "Há algum tempo, a estratégia da Kodak consiste em optimizar suas margens no setor dos aparelhos centrando sua participação em termos de produtos, presença geográfica e distribuição. O anúncio de hoje é a continuação lógica deste processo", afirmou o diretor de marketing do grupo, Pradeep Jotwani, em um comunicado.
Em 19 de janeiro, a Kodak anunciou ter sido colocada sob a proteção da lei americana de concordatas, assim como suas filiais norte-americanas. A empresa, que negociou créditos no valor de 950 milhões de dólares com o banco Citigroup, "considera que tem liquidez suficiente para operar sua atividade sob o capítulo 11 (da lei de quebras) e prover produtos e serviços aos seus clientes como é habitual", indicou em um comunicado.
As filiais do grupo fora dos Estados Unidos não estão incluídas na demanda no âmbito do capítulo 11, que foi apresentada em um tribunal de Nova York, disse a Kodak. Agora protegida por seus credores, a Kodak tornou-se capaz de concentrar-se na venda de sua ampla carteira de patentes, resolver velhas disputas e concentrar-se em suas atividades mais rentáveis.
A empresa espera ver seu plano de reestruturação aprovado pela Justiça americana para poder voltar a seu funcionamento normal em 2013. Com sede em Rochester (estado de Nova York), a empresa, com mais de um século e que foi símbolo do capitalismo americano, não parou de declinar desde o advento da tecnologia digital.
Desde 2003, a Kodak fechou 13 fábricas e 130 laboratórios e já suprimiu 47 mil postos de trabalho, lembrou Antonio Pérez, presidente do grupo citado no comunicado. Desde o início da era digital, a fabricante da lendária Kodachrome foi deixada para trás por seus concorrentes, especialmente os asiáticos.