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Estado de Minas

Ibovespa abre em alta, mas promete volatilidade


postado em 14/02/2012 11:42

Após o ganho de 2,65% no pregão de ontem, mais do que compensando a perda de 2,34% de sexta-feira, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu hoje em alta em meio aos desdobramentos da crise europeia. Mas o vencimento dos contratos futuros, na quarta-feira, pode provocar volatilidade no pregão de hoje. Nesta manhã, as bolsas operam no positivo na Europa e nos EUA, apesar de a agência de classificação de risco Moody's ter rebaixando na noite de ontem o rating de seis países e passado para negativa a perspectiva de outros três. Às 11h21, o Ibovespa subia 0,20%; Dow Jones, 0,57%.

Ontem, com os mercados já fechados, a Moody's rebaixou o rating de Itália (de A2 para A3), Portugal (de Ba2 para Ba3), Espanha (de A1 para A3), Eslováquia (de A1 para A2), Eslovênia (de A1 para A2) e Malta (de A2 para A3). Chamou bastante atenção, porém, a mudança de perspectiva do rating Aaa da França (de estável para negativa) e Aaa do Reino Unido (de estável para negativa). A perspectiva do rating Aaa da Áustria também foi de estável para negativa.

O anúncio, porém, não foi suficiente para jogar os mercados europeus no território negativo. Ao contrário, o índice ZEW, de expectativa econômica na Alemanha, compensou a notícia da Moody's, ao subir para 5,4 pontos em fevereiro, ante a leitura de -21,6 pontos em janeiro. Esta foi a primeira leitura positiva desde maio de 2011.

"Mesmo com o rebaixamento, houve o dado positivo da Alemanha, que contrabalançou a Moody's. Além disso, a Itália vendeu hoje bônus em leilão com yield (retorno ao investidor) menor que o anterior, o que ajuda as bolsas", citou o gestor de renda variável da Máxima Asset Management, Felipe Casotti.

No entanto, com o Ibovespa à vista em alta acumulada de 15,75% em 2012 e o vencimento dos índices futuros amanhã, operadores não descartam um descolamento do Ibovespa à vista em razão da disputa entre comprados (que apostam na alta) e vendidos (que apostam na baixa). Operador ouvido pela Agência Estado há pouco lembrou que os investidores estrangeiros iniciaram o dia com posição vendida de 27 mil contratos do Ibovespa futuro. "Não dá para saber se eles não estão vendidos no índice futuro e comprado na carteira. É difícil enxergar alguma coisa. A certeza é de que há volatilidade", afirmou.

No último vencimento de índice futuro, em dezembro, o Ibovespa à vista marcava cerca de 56 mil pontos e, hoje, está perto dos 66 mil pontos. Esta diferença de 10 mil pontos trouxe, ao longo dos meses, prejuízos aos vendidos no mercado futuro. "Mas os investidores foram zerando posições e não deve ter tanta gente descoberta", afirmou o operador.

Seguem no foco hoje as ações da Petrobras, que realiza teleconferências com investidores. Ontem, as ações da estatal recuperaram parte das perdas registradas na sexta-feira, ao subirem 2,92% nas ON e 3,66% nas PN. A nova presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, indicou também que reajustes em combustíveis não estão programados, o que pode ter influência sobre os papéis.

Mais cedo, o Banco do Brasil (BB) anunciou um lucro líquido recorde de R$ 12,1 bilhões em 2011, o que representa um crescimento de 3,6% em relação a 2010. O desempenho corresponde a um retorno anualizado sobre o patrimônio líquido de 22,4%. Porém, no quarto trimestre de 2011, o lucro recorrente do banco foi de R$ 3,025 bilhões, uma queda de 18,3% ante o mesmo intervalo de 2010.


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