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Estado de Minas

Grécia eliminará 100 bilhões de euros da dívida, uma soma recorde


postado em 14/02/2012 11:52

A Grécia se prepara para eliminar 100 bilhões dos mais de 350 bilhões de euros de sua dívida pública, em uma operação de reestruturação voluntária com seus credores privados inédita na história das finanças.

O recorde era sustentado até o momento pela Argentina, em 2002, quando sua dívida chegou a 82 bilhões de dólares (73 bilhões de euros na época) e levou o país ao default.

No caso da Grécia, no entanto, trata-se não de um calote, mas de um acordo com os credores públicos e privados do país.

Qual o montante total perdoado pelos credores privados?

Os bancos, asseguradoras, fundos de investimento e fundos de pensão perderão ao todo 100 dos 200 bilhões de euros em dívida grega que possuem. Concretamente, eles receberão, em troca dos títulos que possuem atualmente, obrigações novas cujo valor se reduzirá à metade.

Com isso, 15% do valor inicial desses papeis se converterá em obrigações emitidas pelo fundo de resgate europeu (FEEF) e 35% em obrigações gregas a 30 anos. Os 50% restantes serão condenados.

Por que os credores privados perderão na realidade mais?

As novas obrigações propostas pelos credores privados vencerão em 30 anos, ou seja, mais tarde que os títulos que possuem atualmente.

O fato de mobilizar o dinheiro por mais tempo que o previsto tem um custo para os credores, o que se traduzirá em perda.

"Quando te propõem um reembolso em dez anos ou em trinta, você sempre escolherá o de dez", explica Xavier Paper, fundador e sócio do escritório Paper Audit and Conseil.

Além disso, os juros das novas obrigações serão de 3,5%, muito inferior ao dos títulos que os credores privados têm agora. Esse rendimento menor implicará igualmente em uma perda.

Ao todo, os credores terão perdido cerca de 70% do valor de suas carteiras atuais da dívida grega.

O que acontecerá com os credores privados que não participarem do perdão da dívida?

Teoricamente, o perdão é voluntário. Os credores que preferirem não participar deverão depois ser reembolsados de acordo com as condições prévias ao acordo. Contudo, na prática, eles ficarão expostos a um grande risco de não receberem nada.


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