Mesmo com forte presença no País, boa parte das grandes montadoras já importa mais do que exporta no Brasil, quando o cálculo é feito em dólares. A despeito dos novos investimentos em território nacional, as montadoras têm aumentado consideravelmente suas importações de veículos e autopeças.
De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a maioria das montadoras registrou déficit comercial no ano passado. Parcela considerável dessas importações são procedentes do México, com quem o Brasil registrou um saldo negativo de US$ 1,7 bilhão em veículos, em 2011.
A Volkswagen, por exemplo, exportou US$ 1,9 bilhão no ano passado, mas importou US$ 2,2 bilhões, crescimento de 31,7% e um déficit de US$ 300 milhões. O mesmo déficit foi registrado pela Ford, que exportou US$ 1,5 bilhão e importou US$ 1,8 bilhão. A Renault exportou US$ 1,1 bilhão e importou US$ 1,4 bilhão. Novamente um saldo negativo de US$ 300 milhões. A Peugeot Citroen registrou um déficit ainda maior, de US$ 815 milhões. A Toyota exportou US$ 703 milhões e importou US$ 1,7 bilhão, gerando um déficit de US$ 997 milhões.
A Fiat registrou superávit de US$ 63 milhões, com exportações de US$ 1,653 bilhão e importações de US$ 1,590 bilhão. Somente a GM teve exportações bem maiores do que importações: as vendas externas somaram US$ 1,8 bilhão e as importações, US$ 936 milhões, com um superávit de US$ 864 milhões.
Na lista de importações brasileiras de 2011, entre produtos manufaturados, os automóveis foram o principal item, com US$ 11 8 bilhões, alta de 39,19%. Em terceiro lugar aparecem partes e peças para veículos automóveis e tratores, com US$ 6,3 bilhões, alta de 20,73%. Partes para motores de veículos somaram US$ 1,5 bilhão, alta de 19,90%; motores para veículos somaram US$ 728 milhões, alta de 6,69%; chassis com motor e carroçarias para veículos somaram US$ 129,6 milhões, alta de 29,18%.
Já na lista de exportações do ano passado os veículos aparecem com US$ 4,3 bilhões, queda de 0,93% ante 2010; partes e peças para veículos automotores e tratores somaram US$ 3,9 bilhões, alta de 16,36%.
Dados do Sindipeças indicam que o déficit da balança do setor foi de US$ 4,6 bilhões no ano passado, alta de 30,9% sobre o déficit de 2010. As exportações aumentaram 16%, para US$ 11,1 bilhões, e as importações cresceram 20%, para US$ 15,8 bilhões. A maior parte
das importações, segundo o Sindipeças, veio dos Estados Unidos (US$ 2 bilhões), da Alemanha (US$ 1,9 bilhão), do Japão (US$ 1,7 bilhão), da Argentina (US$ 1,3 bilhão) e da China (US$ 1,2 bilhão). O setor tem déficits desde 2007 e projeta que, em 2012, o saldo negativo chegue a US$ 5,6 bilhões.