A inflação deu trégua aos brasileiros entre meados de janeiro e de fevereiro. É o que mostram as quedas registradas em três índices que medem a corrida de preços no país. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), registrou taxa de 0,53% em fevereiro, após alta de preços de 0,65% em janeiro. Em fevereiro de 2011, a taxa havia ficado em 0,97%. A desaceleração foi uma boa surpresa para o mercado. Com esse resultado, o IPCA-15, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) acumula taxas de 1,18% no ano e de 5,98% em 12 meses até fevereiro.
Os gastos com educação foram os vilões do período, com alta de 5,66% em fevereiro, de acordo com a inflação medida pelo IPCA-15, considerado uma prévia da inflação oficial. Já o grupo alimentação e bebidas subiu 0,29% em fevereiro, após forte redução no ritmo de crescimento de preços, sobretudo, nos alimentos consumidos fora do domicílio (de 1,47% em janeiro para 0,65% em fevereiro).
Para Thiago Curado, economista da Tendências Consultoria, o resultado é favorável para fevereiro e para o primeiro trimestre do ano, mas não deve prosseguir pelo resto do ano. “Os preços estão subindo menos porque a demanda externa está fraca”, explica. Carlos Corad, presidente da consultoria Engenheiros, Financeiros e Consultores (EFC), vai mais longe. “A inflação (em queda) se liga ao tema do baixo crescimento econômico, que se liga à questão da taxa de câmbio valorizada”. Na avaliação dele, com a apreciação do real frente ao dólar, o Brasil passou a exportar prioritariamente minério, soja e açúcar. “A inflação está em queda porque a economia está se desaquecendo em função do aumento das importações e isso não é bom para o país”, sustenta.