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Estado de Minas

Foxconn será base de polo tecnológico

Com instalação de fábrica da gigante chinesa na Grande BH, governo e prefeitos discutem a atração de empresas


postado em 18/02/2012 06:00 / atualizado em 18/02/2012 08:12

É esperada para depois do carnaval a definição das cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) que receberão os investimentos estimados em US$ 4,1 bilhões, da Foxconn, para a fabricação de componentes para iPads no estado. Fontes do mercado indicam que a expectativa agora é de que o investimento seja diluído em polo tecnológico que deve se firmar no Vetor Norte da Grande BH. A Secretaria de Desenvolvimento Econômico vai reunir os prefeitos de Vespasiano, Santa Luzia, Lagoa Santa, Confins, São José da Lapa e Pedro Leopoldo para discutir o projeto.

Várias empresas integrariam o complexo tecnológico, de maneira a contemplar parte considerável da cadeia produtiva do material necessário à montagem do tablet. A EBX, de Eike Batista, anunciou interesse em investir US$ 2,5 bilhões em fábrica de telas para o dispositivo, em Minas. O governo e o BNDES confirmam que há negociações, mas não detalham o projeto.

A transformação do Vetor Norte em polo tecnológico faz parte do programa de desenvolvimento e gestão da RMBH, estudo feito em parceria com o Instituto Horizontes. A criação de um eixo de desenvolvimento de alta tecnologia seria capaz de promover a formação de arranjos produtivos de inovação tecnológica no Vetor Norte da RMBH. A proposta seria um polo industrial de microeletrônica na região de Lagoa Santa.

Segundo o estudo, “o polo industrial de microeletrônica se instalará em terreno 1,4 milhão de m², à margem da MG-010, a 10 km do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, nas proximidades do acesso para Lapinha, a partir de uma atividade âncora que será, no caso, uma fábrica de semicondutores”. A perspectiva é de que, a exemplo de experiências similares em Taiwan e nos Estados Unidos, essa fábrica consiga atrair “mais de 200 empresas para seu entorno, gerando cerca de 37 mil empregos diretos e indiretos de uma mão de obra altamente qualificada de engenheiros, cientistas, mestres e Phds em eletrônica, química e física entre outras”.

Incetivos ligados à nacionalização

A vinda de fábricas de componentes para o país é considerada essencial para a manutenção das isenções fiscais previstas na legislação do processo produtivo básico para tablets. O aumento gradativo da porcentagem de componentes nacionais é condição para que as fabricantes continuem usufruindo das isenções, especialmente do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI), que vai ajudar a diminuir o preço do tablet brasileiro. “Hoje, 90% dos meus componentes são importados, o que encarece bastante o processo. Se o que for produzido aqui for compatível com o que nossas especificações demandam, a economia será enorme”, diz Etiene Guerra, da MXT, que produz em Betim o i-MXT, tablet industrial.

O desenvolvimento de aplicações seria outro setor extremamente beneficiado com a implantação do polo tecnológico. Segundo Ian Campos Martins, presidente da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação (Assespro -MG), metade da indústria de tecnologia da informação da RMBH hoje é dedicada à criação de softwares. “A popularização dos tablets, que decorrerá da fabricação local vai aumentar a viabilidade comercial de vários projetos de aplicações especialmente desenvolvidas para esses equipamentos, os chamados apps”.


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