A Nissan anunciou ontem o recall de quase 35, 3 mil picapes Frontier no país, sendo 2.442 unidades em Minas Gerais. Em nota, a montadora informou ser preciso inspecionar o torque (aperto) os parafusos da junta da coluna de direção e os da trava do capô. Os veículos “convocados” foram fabricados a partir de 2007 e têm os seguintes chassis: de 94DVDUD409J030319 a 94DVCUD40CJ991448, de 94DVDUD409J030319 a 94DVCUD40CJ877692 e de MNTVCUD4086000002 a MNTVCUD4086004932. A Frontier, que tem o motor forte como um dos principais marketings, ganhou fama nas redes sociais com a propaganda dos pôneis malditos.
A empresa explicou que “foi detectado um mau funcionamento na junção da coluna e da caixa de direção, que pode levar ao desgaste do encaixe estriado e, assim, diminuir a sua durabilidade com o uso em condições severas”. Em casos raros, continua o comunicado, “pode ocorrer uma falha mecânica da direção, podendo ocorrer a perda do controle do veículo e eventual acidente. Após a inspeção, a Nissan trocará a junta da coluna e, se necessário, a caixa de direção”.
Em relação aos parafusos do capô, a montadora adverte que, “em algumas unidades, não foram corretamente fixados e podem deixá-lo abrir com o veículo em movimento, podendo causar acidentes. Se necessário, os parafusos serão trocados ou fixados com torque correto”. Os donos dos veículos que precisarão fazer o recall podem conseguir outras informações no site da montadora (www.nissan.com.br) ou pelo telefone 0800 011 1090. Em Belo Horizonte, o serviço pode ser agendado nas concessionárias.
Na Nihon, com dois endereços em Belo Horizonte, o gerente de pós-vendas da unidade Pampulha, Waldemar Pires, informou que o recall é feito em poucas horas. “O cliente agenda o serviço pelo telefone e, entregando o carro na parte da manhã, busca-o no período da tarde”, disse, acrescentando que ontem apenas dois consumidores haviam procurado a concessionária. Porém, esclareceu, os veículos deles não estão entre os chassis convocados pela montadora.
Balanço O Ministério da Justiça, responsável por acompanhar os recalls de perto, ainda não levantou quantas campanhas desta natureza foram convocadas no Brasil em 2012. Porém, o último balanço do órgão, divulgado no fim de dezembro, revela que o total de recalls no país mais que dobrou nos últimos oito anos, passando de 33 registros, em 2003, para 75 em 2011. Veículos e motocicletas lideraram o ranking no exercício passado, com respectivamente, 41 e 14 campanhas.
Na prática, veículos e motocicletas sempre estiveram no topo da lista. O recall é previsto no Código de Defesa do Consumidor (CDC). A lei diz que fornecedor tem a responsabilidade de fazer ampla campanha, com divulgação em rádio, jornal e TV, quando é constatado um produto defeituoso. O código garante ainda que não pode haver custo para o consumidor e que o recall deve ser comunicado às autoridades de defesa do consumidor.
Em 28 de dezembro passado, quando o Ministério divulgou o balanço, a diretora do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) do órgão, Juliana Pereira, destacou que o recall é uma demonstração de transparência e respeito ao consumidor. “Quando há o reconhecimento de eventual risco para o consumidor, a realização da campanha de chamamento elimina o risco e pode evitar acidentes de consumo”, disse.