Os operadores vislumbram a possibilidade de o dia do mercado doméstico de câmbio à vista começar com a participação do Banco Central (BC) nos negócios, por meio de mais um leilão de compra de dólares. Isso porque o BC atuou ontem, quando a divisa norte-americana encostava em R$ 1,70 e, nesta manhã, apoiada pelo ambiente internacional, a cotação tende a recuar ainda mais.
Às 9h18, o mercado futuro já sinalizava nessa direção, cotando o contrato de maio a R$ 1,702, com recuo de 0,41%. Um pouco depois, um negócio foi feito no mercado à vista da BM&F, rompendo para baixo a marca de R$ 1,70, a R$ 1,6999.
Ainda assim, os especialistas ponderam que a intervenção do BC ontem foi coerente com a rapidez da queda das cotações e com o fluxo, que era positivo, na sua avaliação. "Portanto, não ficou exatamente a ideia de que está havendo a defesa de um piso. Havia liquidez e o ritmo da desvalorização do dólar estava forte, o que justificava a ação", disse um operador. Ele acrescentou que a forma de atuar do BC, hoje, dará maior clareza sobre a eventual sinalização de um piso que agrada a equipe econômica - caso haja um leilão logo na abertura -, ou reforçará a percepção de intervenções compatíveis com a volatilidade e a liquidez.
No mesmo horário, o dólar index mostrava queda de 0,36% e o recuo era disseminado também diante das moedas emergentes de maior destaque. O dólar norte-americano perdia 0,63% ante o dólar australiano, 0,22% em relação ao dólar canadense e 0,59% em comparação ao dólar neozelandês, às 9h37.
Vale ressaltar que as inseguranças em relação à Grécia continuam no radar. Hoje, o Parlamento do país deve votar hoje o projeto de lei que permitirá ao governo prosseguir com a reestruturação da dívida detida pelo setor privado e os investidores vão acompanhar.