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Estado de Minas

Emprego avança em Minas e tropeça no país

Criação de postos formais no estado cresce 19,4% em janeiro sobre o mesmo mês de 2011. Mas em nível nacional cai 21,82%


postado em 24/02/2012 06:00 / atualizado em 24/02/2012 07:12


Com 16 anos, Juliana Scarpelli comemora o primeiro emprego, conquistado no início do ano em uma lanchonete de BH, e quer fazer vestibular(foto: Tulio Santos/EM/D.A Press)
Com 16 anos, Juliana Scarpelli comemora o primeiro emprego, conquistado no início do ano em uma lanchonete de BH, e quer fazer vestibular (foto: Tulio Santos/EM/D.A Press)

A jovem Juliana Guedes Scarpelli, de 16 anos, jamais vai se esquecer da tarde de 5 de janeiro de 2012: “Foi a data em que comecei a trabalhar. É o meu primeiro emprego. Não tenho palavras…”. A emoção dela, que cursa o 3º ano do ensino médio e planeja prestar vestibular para engenharia aeroespacial no fim de 2012, é a mesma de outras 16,5 mil pessoas em Minas Gerais. Este é o balanço líquido de empregos abertos no estado no primeiro mês do ano. O número significa um aumento de 19,4% em relação ao total de vagas abertas em janeiro de 2011 (13,8 mil registros). O bom desempenho em Minas não se repetiu em nível nacional. No país, foram geradas 118.895 vagas em janeiro. A estatística é 21,82% menor do que os 152 mil postos abertos em igual mês de 2011.

Os números fazem parte do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nessa quinta-feira pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O relatório mostra que, em janeiro, houve incremento, em nível estadual, de 6.556 postos no setor de serviços, de 5.584 no de construção civil e de 5.550 no da indústria de transformação. Por outro lado, o comércio fechou 3 mil vagas. Na Grande BH, onde foram abertas 7,3 mil vagas no mesmo período, os destaques foram os mercados da construção civil (3.958 vagas), de serviços (2.842) e da indústria de transformação (1.739). O comércio também registrou queda (1.340 postos) na região.

Em nível nacional, o setor campeão de carteiras assinadas foi o de serviços, com 61,4 mil postos. Em seguida, aparecem a construção civil (42,19 mil), a indústria de transformação (37,4 mil) e a agropecuária (12,31 mil). Já o comércio fechou em queda (36,34 mil).

Especialistas alertam que, em janeiro, a redução no varejo é sazonal, pois é quando se encerra o contrato dos trabalhadores temporários empregados para as vendas de Natal. “O resultado do mês passado, como ocorre todos os anos, era esperado. O setor deve ter uma retomada a partir do segundo trimestre em razão das medidas adotadas pelo governo para alavancar o consumo.”

Mas o saldo negativo no comércio não impediu que muitas empresas da capital aumentassem o quadro de trabalhadores em janeiro. A jovem Juliana, por exemplo, foi empregada no cargo de monitora de marketing na rede Bob’s. “Esperei apenas um mês entre entregar meu currículo e começar a trabalhar. Guardo parte do salário para mim e dou outra parte para ajudar em casa. A alegria que sinto no trabalho, onde fui muito bem recebida, é enorme”, disse a jovem.

Empresas A empresa onde ela trabalha tem oito unidades na cidade e assinou a carteira de 60 pessoas no mês passado. “O mercado está aquecido em BH. Em 2011, crescemos 31% em relação a 2010. Em 2012, a expectativa é de aumento entre 20% e 25. Em março, vamos contratar mais 110 homens e mulheres, sendo 60 para uma unidade que vamos abrir no futuro Shopping de Venda Nova”, disse Glayson Douglas, gerente de Operações da rede de fast food.

Na Lider Interiores, uma das maiores empresas de móveis e decoração do país, 60 pessoas foram contratadas em janeiro. “O ano começou muito bem e nossa expectativa é aumentarmos em pelo menos 10% o quadro de funcionários”, afirma Rose Diz Luiz, gerente de RH da Lider. Na tradicional Forno de Minas, cujo faturamento em 2011 (R$110 milhões) foi 83% maior do que o de 2010 (R$60 milhões), seis pessoas foram contratadas em janeiro. “Foram empregadas nos setores de qualidade, pesquisa e desenvolvimento e embalagem”, disse Hélida Medonça, diretora de Comunicação e RH da empresa.

 

Mais vagas no interior

 

Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) revelam uma curiosidade: o número de empregos formais no interior cresceu mais do que nas capitais em janeiro deste ano. Enquanto as principais regiões metropolitanas geraram 25.653 postos – a estatística se refere aos dados apurados em São Paulo (8.760 vagas), Belo Horizonte (7.360), Curitiba (5.647) e Porto Alegre (2.556) –, o interior do estado desses centros urbanos abriu 52.593 postos.

Os destaques, de acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, ficaram por conta do interior de São Paulo (19.567 postos), Rio Grande do Sul (10.554), Minas Gerais (9.182) e Paraná (9.006). No caso de Minas Gerais, Uberlândia, na Região do Triângulo, é a campeã da geração de emprego, com 1.427 vagas em janeiro. Em seguida, aparece Nova Serrana, na Região Central, com 717 homens e mulheres formalmente contratados no mês passado.

Uberaba, com 466 vagas abertas, é a próxima do ranking no estado. O pior desempenho coube a Ponte Nova, na Zona da Mata. Lá, o saldo ficou negativo: 466 empregos foram fechados. Conselheiro Lafaiete, com 281 vagas encerradas, também ficou com índice negativo. Já as regiões metropolitanas com piores resultados foram Fortaleza, onde foram encerrados 1.652 postos, e Rio de Janeiro, com fechamento de 1.633 vagas.


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