Representantes e trabalhadores do Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sindtanque/MG) se reuniram em frente à portaria principal de abastecimento da Refinaria Gabriel Passos, da Petrobrás, na manhã desta segunda-feira para reivindicar melhorias salariais. Cerca de 100 caminhões tanqueiros iniciaram a manifestação, desde as 5h. De acordo com presidente do Sindtanque, Irani Gomes, as empresas exigem melhorias no valor do transporte e cumprimento de leis referentes ao pagamento por carga horária.
“A categoria se revoltou contra a situação que está vivendo dentro da Petrobras. Eles não estão pagando a diária, como manda a Lei 11442/07. Essa lei diz que o caminhão, após a 5º hora parada na carga ou descarga, tem que receber R$1 por tonelada ou fração. E a Petrobras só paga após 24h, em alguns pontos só depois 48h. Isso é fora da lei e o transportador não esta aguentando mais trabalhar de graça”, declara.
Outra reclamação dos representantes é referente ao valor para pelo transporte. Irani conta que atualmente é feito um esquema de leilão para quem dá menos. “Esse leilão está sendo praticado abaixo do valor que deveria ser hoje. Assim o transportador está pagando para trabalhar, não dá nem para pagar as despesas”, comenta.
Segundo ele, seriam quase mil transportadoras envolvidas, atuando em todo o estado. apesar da manifestação ter sido pacífica, o presidente do sindicato reforça que eles só voltarão às atividades quando a situação for regularizada. “Nós fizemos uma reclamação com a Petrobras e ela já tem ciência do problema. Estamos reivindicando há um bom tempo e eles estão só com promessas e até agora nada feito. Agora vamos aguardar a posição da Petrobras. Enquanto isso não acontecer vamos permanecer parados”, afirma.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a manifestação não causou retensões no trânsito.
Petrobras
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Petrobras Distribuidora, que é responsável pela comercialização e distribuição de derivados do petróleo produzidos pela Petrobras, informou que a empresa está tomando “todas as medidas cabíveis para regularizar, logo que possível, as atividades de carregamento e transporte de combustíveis em seu terminal na cidade”. O setor de imprensa ainda destacou que a manifestação não afetou a distribuição de combustíveis.
Mesmo assim, para o setor jurídico da empresa, a paralisação das atividades é considerada irregular e abusiva, já que não foi previamente notificada à Petrobras. Ainda por meio de nota, a Petrobras Distribuidora informou que está constantemente aberta a negociação, mas até o momento não recebeu qualquer demanda formal do movimento grevista.