O dólar à vista abriu a R$ 1,709, com alta de 0,18%, no rastro do exterior. O G20 não chegou a conclusões sobre o aporte de recursos ao FMI, condicionando avanços à liberação de mais dinheiro por parte dos europeus, e azeda o humor dos mercados na manhã desta segunda-feira. Os temores sobre o abastecimento de petróleo também deterioram o ambiente de negócios. Isso colabora com o Banco Central (BC) que, na curta semana passada, fez cinco leilões de compra de dólares e deixou claro aos investidores sua preocupação com a valorização do real.
Durante o final de semana, o presidente do BC, Alexandre Tombini, que esteve no México para a reunião do G20, não quis comentar as últimas intervenções do BC no câmbio, mas disse que a estratégia de acumulação de reservas continua. Segundo ele, "nada mudou" e as reservas internacionais do País estão num nível "moderado", em relação ao tamanho da economia brasileira e mesmo em relação a países comparáveis ao Brasil. "O BC nunca abandonou essa estratégia, mesmo nos momentos em que saiu do mercado nos últimos meses. O BC sempre confirmou que, as condições de mercado permitindo ou exigindo, o Banco Central interviria e continuaria com a acumulação de reservas", afirmou.
A valorização do dólar em relação ao real acompanha a alta generalizada no exterior, mas em intensidade menor. Às 10h10, o dólar março, que abriu em alta estava em queda de 0,03% a R$ 1,7105. O dólar index exibia alta de 0,31%, no mesmo horário. O dólar norte-americano subia 0,31% ante o dólar australiano, 0,36% em relação ao dólar canadense e 0,32% em comparação ao dólar neozelandês.
No exterior, ainda merece destaque a proximidade do leilão de refinanciamento de longo prazo do Banco Central Europeu, marcado para o dia 29. Vale lembrar que foi uma operação semelhante realizada em dezembro que permitiu o alívio verificado nos mercados no início deste ano. E que foi no rastro dessa melhora que o Brasil vivenciou a recente onda de captação de recursos estrangeiros, com pressão de queda do dólar ante o real. Naquele primeiro leilão, os bancos tomaram cerca de 500 bilhões de euros. Agora, espera-se que um montante semelhante ou superior. E parte desse dinheiro tende a migrar para ativos emergentes, entre eles o real.