O resultado da reunião do G20 (grupo das 20 maiores economias do mundo), no fim de semana, coloca as principais bolsas internacionais no território negativo nesta manhã, o que também traz um viés de baixa para a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) no início dos negócios. O espaço para perdas (ou ganhos), porém, segue reduzido, com os investidores à espera de novidades da Europa e dos Estados Unidos que possam definir de forma consistente as trajetórias. Às 11h06, o Ibovespa caia 0,28%.
"A reunião do G-20 mostrou que os países não ajudarão a zona do euro como a Europa gostaria, o que faz os índices lá fora recuarem nesta manhã. Mas o dia é longo e há indicadores nos Estados Unidos. Se o S&P melhorar, a Bolsa brasileira pode melhorar também", resumiu um operador ouvido pela Agência Estado.
No fim de semana, o G20 estabeleceu o prazo máximo de 31 de março para que os países europeus fechem um acordo sobre o volume de recursos do Mecanismo de Estabilização Europeu, a nova barreira contra os efeitos da crise da dívida soberana. Já o aporte adicional de US$ 500 bilhões para o Fundo Monetário Internacional (FMI) foi adiado para abril.
Presente ao encontro do G20 no México, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o Brasil e os demais países emergentes só irão apoiar um aumento de aporte ao FMI se os europeus fortalecerem o firewall (muro de proteção financeira). Além disso, Mantega voltou a pressionar pelo aumento da participação dos emergentes no FMI. "Não podemos concordar com aumento de recursos se não for levada ao pé da letra a reforma de cotas de 2010, com o desdobramento de rever critérios para participação dos países e com a continuidade da reforma de 2014", disse.
Nos Estados Unidos, os destaques são os dados das vendas pendentes de moradias usadas em janeiro, às 12 horas, e da sondagem industrial do Federal Reserve de Dallas em fevereiro, às 12h30. "Os dados podem trazer influência maior se vierem distorcidos. Caso contrário, ficamos no zero a zero, sem muitas novidades", afirmou outro operador ouvido nesta manhã.
Segundo ele, assim como na semana passada, quando o Ibovespa variou pouco - saindo de 66.203 pontos na sexta-feira, dia 17, para 65.942 pontos na última sessão, dia 24 - as margens de manobra seguem estreitas, com os investidores à espera de notícias mais consistentes para engatar novas altas ou realizações.
Relatório distribuído nesta manhã pela equipe de Analistas da Itaú Corretora informa que a tendência de curto e médio prazo para o Ibovespa é de alta, com forte resistência perto dos 66.500/66.560 pontos. Acima desta marca, a resistência gráfica está em 70.107 pontos. Do lado da baixa, por sua vez, o Ibovespa possui suporte em 65.500 pontos e, depois disso, em 64.800 pontos.