O México aceitou na terça-feira iniciar a revisão do acordo automotivo solicitada pelo governo brasileiro, após um grande aumento no déficit comercial para o Brasil, informou Rogelio Granguillhome, secretário de Relações Econômicas e de Cooperação Internacional do ministério das Relações Exteriores.
"Concordamos em iniciar a revisão do Acordo de Complementação Econômica com a ideia de, nas próximas semanas, ter uma conclusão dos trabalhos", declarou Granguillhome em uma entrevista por telefone à imprensa mexicana no Brasil.
A chanceler mexicana Patricia Espinosa e o secretário de Economia Bruno Ferrari se reuniram na terça-feira com o chanceler brasileiro, Antonio Patriota, e o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, para buscar uma solução à divergência comercial no setor automotivo.
Granguillhome destacou que o mais importante das conversas foi a preservação da vigência do acordo, assinado pelos dois países em 2002, e recordou que negociação acontece após uma advertência do governo do Brasil de "denunciar o acordo" se não fosse submetido a uma revisão bilateral.
Granguillhome explicou que o Brasil solicitou mecanismos flexíveis com um novo procedimento de regras de origem e a inclusão no acordo comercial da indústria de caminhões e tratores.
Atualmente o acordo permite importações de carros, peças e partes de veículos do México com redução de impostos.
De acordo com a imprensa brasileira, as importações de carros do México aumentaram quase 40% ano passado, enquanto as exportações registraram queda na mesma proporção, a 400 milhões de dólares. Assim, o déficit para o Brasil seria de 1,7 bilhão de dólares.
O intercâmbio comercial bilateral entre Brasil e México alcança 8,5 bilhões de dólares e 40% do mesmo corresponde ao setor automotivo.