A desvalorização do real ante o dólar levou o Banco Central (BC) a ter um ganho de R$ 90,2 bilhões com a administração das reservas internacionais no segundo semestre do ano passado. Esse valor será transferido ao Tesouro Nacional nos próximos dias. No primeiro semestre, a instituição havia registrado perda por causa da queda de valor da moeda americana, prejuízo que foi coberto pelo Tesouro.
O balanço do BC em 2011, aprovado ontem pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), mostra que, no acumulado do ano, o ganho com as reservas somou R$ 43,3 bilhões. O custo de manutenção foi de R$ 30,6 bilhões, mas a correção cambial rendeu R$ 73,9 bilhões, que seria o ganho com a venda das reservas.
A rentabilidade das reservas foi de 3,52% em 2011, sem considerar a correção cambial. Com a variação da moeda estrangeira, o rendimento sobe para 16,7%. Em 2010, a rentabilidade sem correção havia sido positiva em 1,88%. No cálculo com correção, no entanto, o resultado naquele ano foi negativo em 2,92%.
Desde 2008, a contabilidade das operações cambiais e em real foram separadas para retirar do resultado do balanço o efeito da variação do dólar. Em outros países, ativos e passivos cambiais ficam em um único órgão. No Brasil, o BC cuida dos ativos (principalmente reservas internacionais) e os passivos cambiais ficam no Tesouro, por meio de títulos da dívida externa.