O saldo positivo da balança comercial de US$ 1,715 bilhão em fevereiro, divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) em fevereiro é bom e chega até a surpreender, considerando-se o fato de que, em janeiro, a balança teve um déficit de US$ 1,291 bilhão. A avaliação é do presidente da Associação Brasileira de Comércio Exterior (Abracex), Primo Roberto Segatto. O problema deste resultado, de acordo com ele, é que ele se dá, em grande parte, com base nas vendas de produtos básicos, de commodities.
"Olhe para os dados desta balança comercial de fevereiro e você verá que tem muito pouco de produtos manufaturados neste resultado", diz o presidente da Abracex. Ele admite que, mesmo esperando uma melhora nas exportações das
Na avaliação do executivo da Abracex, não há muito o que se comemorar quando o bom resultado da balança é puxado por commodities porque, por serem básicos, este produtos só deixam de ser demandados quando as economias estão em crise. No ano passado, o PIB dos Estados Unidos cresceu 3%, o que justifica o consumo maior destes produtos. "O que eu acho é que o governo poderia aproveitar este momento de dólar baixo para renovar o parque industrial brasileiro para poder agregar mais valores às nossas commodities. A idade média das máquinas da indústria brasileira é de 18 anos", lamenta Segatto.