(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Dilma volta criticar política monetária de países desenvolvidos

De acordo com a presidente, as medidas causam "desvalorização artificial" das moedas, "equivalem a barreiras tarifárias" e geram bolhas e especulação.


postado em 05/03/2012 10:14 / atualizado em 05/03/2012 13:14

A presidente Dilma Rousseff disparou na manhã de hoje novas críticas à política monetária de países desenvolvidos, que segundo números do Banco de Compensações Internacionais (BIS) despejaram US$ 8,8 trilhões em liquidez na economia mundial desde o início da crise. De acordo com a presidente, as medidas causam "desvalorização artificial" das moedas, "equivalem a barreiras tarifárias" e geram bolhas e especulação. O assunto, garantiu a chefe de Estado, será tratado hoje com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel.

Dilma se mostrou contrariada com os novos números divulgados pelo BIS e disse que não apenas o Brasil, mas todos os países emergentes, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o próprio BIS estão preocupados com a enxurrada de dinheiro novo no sistema financeiro. "O efeito é internacional, não nacional. Como o mundo é globalizado, quando você tem um nível de expansão desses, se produz dois efeitos: um é a desvalorização artificial da moeda. (...) O outro problema sério é que cria uma massa monetária que não vai para a economia real. O que se produz? Bolha. Bolha, especulação", protestou.

A "desvalorização artificial" da moeda, segundo a presidente, não tem como efeito ganhos de competitividade das economias domésticas. "O que se está fazendo equivale a uma barreira tarifária. Todo mundo se queixa de barreira tarifária, de protecionismo", acusou.

Em Hannover, Dilma afirma que políticas monetárias expansionistas produzem efeitos
Em Hannover, Dilma afirma que políticas monetárias expansionistas produzem efeitos "nocivos" sobre os mercados emergentes (foto: Roberto Stuckert Filho/PR)
O tom das reclamações do Brasil cresceu desde a última semana, quando o Banco Central Europeu (BCE) ofereceu mais 530 bilhões de euros em linhas de empréstimo subvencionadas - com juros de 1% e prazo de três anos para pagar. Nos últimos três meses, o total injetado no sistema financeiro da zona do euro pela autoridade monetária chega a 1 trilhão de euros.

Questionada pela reportagem se ao reclamar para a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, o governo brasileiro não estava pedindo a intervenção na autonomia do BCE, Dilma respondeu: "Não, sabe por quê? Porque estão interferindo na nossa." "O que o Brasil quer com isso é mostrar que está em andamento uma forma concorrencial de proteção de mercado, que é o câmbio. Não é tarifa; é o câmbio, que virou uma forma artificial de proteção", reiterou.

A presidente também ressaltou que o governo vai tomar medidas e citou o recente aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) como parte da estratégia, mas negou que defenda a quarentena de capital externa. "Somos uma economia soberana. Tomaremos todas as medidas para nos proteger. Vamos ver quais medidas, como essa que tomamos recentemente sobre o IOF."


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)