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Estado de Minas

PIB perde fôlego em 2011


postado em 06/03/2012 07:09

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresenta hoje o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro ano de mandato da presidente Dilma Rousseff e, diferentemente da vigorosa taxa de crescimento de 7,5%, turbinada em 2010 com o intuito de elegê-la, a chefe do executivo terá que explicar uma forte desaceleração da economia em 2011. A estimativa preponderante entre os economistas é de que o avanço não ultrapasse os 3%, mas algumas projeções apostam em um percentual ainda menor. Também é consenso no mercado que, embora tenha que registrar em sua biografia política um desempenho mais modesto do que o que gostaria, Dilma não terá dificuldades em justificar a pisada no freio.

Com o número em mãos e o discurso na gaveta, a presidente já está preparada para ressaltar que o arrefecimento ficou no retrovisor do país. Além disso, deve insistir nos primeiros números de 2012, que mostram a atividade doméstica em leve recuperação. Várias mensagens nesse sentido já foram emitidas por membros da equipe econômica. O Banco Central espera um crescimento de 3%, enquanto o Ministério da Fazenda aposta em 3,2%. Mesmo o ministro Guido Mantega, que começou 2011 apostando em alta de 5%, já sinalizou que será difícil chegar aos 3,2% projetados pela pasta.

A desaceleração, segundo o analista da Tendências Consultoria Rafael Bacciotti, refletirá a estagnação da economia observada no terceiro trimestre, quando a produção industrial e as vendas pararam em resposta às medidas de contenção de crédito e ao processo de elevação dos juros. Mesmo com uma pequena recuperação nos últimos três meses do ano, o crescimento será afetado. “Depois de um terceiro trimestre estável, o último deve ter sido razoavelmente positivo, mas a indústria ainda puxou muito para baixo”, afirmou Bacciotti. A Tendências trabalha com um avanço de 2,7% do PIB no ano passado e crescimento de 1,1% do segmento industrial. “A baixa produtividade e o impacto dos altos salários ainda continuam comprometendo o desempenho do setor”, explicou.

Oferta e consumo Pela ótica da oferta, o maior destaque, segundo o economista, será do setor de serviços, que virá impulsionado pela resistência do mercado de trabalho e a manutenção da taxa de desemprego em patamar baixo. Para a economista Fernanda Consorte, do Banco Santander, os serviços também serão impulsionados pelas vendas de automóveis, que empurraram para baixo o comércio no terceiro trimestre, mas se recuperaram nos últimos três meses do ano.

Fernanda destacou que, pelo lado da demanda por produtos e serviços, o consumo das famílias brasileiras continuará liderando o avanço do PIB. Para o Santander os gastos nessa rubrica subirão 3,9% no ano, acima dos 2,8% projetados para o total da economia. “É esse cenário que a gente vê, uma vez que o crédito para o consumidor e o rendimento médio aceleraram a partir de novembro e dezembro”, destacou.


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