A China ditou o ritmo dos negócios no mercado financeiro ontem e o anúncio do primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, de que o governo reduziu a meta de crescimento do PIB de 2012 para 7,5%, o menor patamar em oito anos, derrubou bolsas ao redor do mundo. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em baixa de 1,21%, aos 66.964 pontos, afetada pela queda das ações da Vale, uma das maiores exportadoras de minério de ferro para a China. E a desaceleração na economia do gigante chinês foi o suficiente para derrubar também as bolsas na Europa, aonde a crise da Grécia também pesou.
O principal índice acionário da Europa fechou em baixa, com ações pressionadas por preocupações elevadas sobre o crescimento da economia na Zona do Euro e na China, bem como com mais ruídos entre a Grécia e seus credores do setor privado. O FTSEurofirst 300, que reúne as principais ações europeias, terminou em baixa de 0,6%, a 1.080 pontos. Ações de recursos básicos foram as de pior performance ontem, tendo oscilação negativa de 3,6% após a China, maior consumidor de materiais brutos do mundo, ter cortado seu alvo anual de crescimento.
O maior temor dos mercados com o anúncio da China é o fato de o governo sinalizar que fez do estímulo ao consumo interno a prioridade do ano, uma vez que Pequim deseja eliminar a dependência de sua economia da demanda externa e de capital estrangeiro.