As preocupações sobre as perspectivas de crescimento econômico global ainda estremecem os mercados financeiros e devem continuar reverberando na Bovespa hoje. O Ibovespa abriu em queda de 1,50%, abaixo dos 66 mil pontos. A tensão com o resultado da troca da dívida grega também deixam os negócios em alerta, enquanto os números em linha do PIB brasileiro em 2011 não definem as apostas sobre o tamanho do corte na Selic, amanhã.
O estrategista-chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi, diz que a tônica do pregão desta terça-feira seguirá norteada pela fraqueza da economia ao redor do mundo. A zona do euro, por exemplo, registrou contração de 0,3% no quarto trimestre do ano passado ante o trimestre imediatamente anterior, mas houve uma alta de 1,4% no acumulado de 2011.
Aqui no Brasil, o PIB cresceu 0,30% ao final do trimestre passado, na margem, e aumentou 1,40% em relação ao quarto trimestre de 2010. Em 2011, o PIB do País teve aumento de 2,7%. Os resultados ficaram em linha com os analistas consultados pelo AE Projeções. Em valores, a economia brasileira somou R$ 4,143 trilhões.
Além disso, a agenda econômica esvaziada no exterior hoje não deve abrir qualquer brecha para os mercados. "A Bolsa abre em queda e deve ficar volátil", comenta o profissional da SLW, acrescentando que a direção ao longo do dia vai depender do humor dos investidores nas praças internacionais.
Por enquanto, o sinal negativo prevalece em Wall Street e na Europa. Para o analista gráfico da Ágora Invest, Daniel Marques, o ponto de atenção do Ibovespa situa-se abaixo dos 64 mil pontos, marca em que a atual tendência de alta poderia ser ameaçada. Entretanto, o nível dos 65 mil pontos é importante. Ainda assim, ele ressalta que ainda não é o momento para se falar em mudança de tendência e qualquer queda da Bolsa abre espaço para compras.